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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

"as 4 Marias e os seus princípios" (as perguntas da Maria 3)

Maria 3 é estudante do primeiro ano do curso de “propaganda e marketing” numa faculdade do sul do Brasil. Filha única e criada pela mãe viúva, Maria 3 se converteu na pré-adolescência no culto da fogueira de um acampamento. Desde então, freqüenta os cultos de sua igreja acompanhada pela mãe, que se converteu apenas alguns meses depois da filha. Ambas haviam freqüentado por muitos anos o centro espírita do bairro em que moravam.

Recentemente, Maria 3 recebeu um e-mail que a perturbou. O e-mail foi repassado pela lista de contatos de seus amigos do acampamento e trazia um alerta sobre uma empresa de cosméticos local. O conteúdo do e-mail acusava a empresa de direcionar parte dos lucros de suas vendas a um centro de magia negra. Maria 3 ficou paralisada quando leu isso. Não só era a empresa que tinha os produtos que ela mais gostava como também um programa de revendedoras que ela estava planejando entrar. O programa era ideal para sua situação como primeiro anista do curso de “propaganda e marketing”. Além de uma boa ajuda no orçamento, Maria 3 estava entusiasmada com os descontos que iria receber como revendedora e também pela experiência que iria ganhar. Quem sabe até mesmo um estágio no futuro!

No mesmo instante, Maria 3 enviou o e-mail para uma grande amiga da igreja. As duas planejavam entrar no programa de revendedoras juntas. Diferente de Maria 3, sua amiga parece não ter se abalado muito com as acusações do e-mail e continua preenchendo os formulários para começar a revenda.

Maria 3 não consegue tirar isso da cabeça. Ela está com receio de colaborar em causas que não acredita e reprova! Como você ajudaria Maria 3 a aplicar o princípio #3 do exercício da liberdade cristã?

Mande suas sugestões de como ajudar Maria 3 nos comentários ou pense consigo mesmo.

“A nível de”

a-nívelD Semana 3

Aconteceu no blog na semana passada:

-Parte 1 da mini-série “as 4 Marias e seus princípios”. Aplicamos o princípio #1 do exercício da liberdade cristã na história de uma jovem que lutava com mentira no seu trabalho e imoralidade no seu namoro.

-Parte 2 da mini-série “as 4 Marias e seus princípios”. Aplicamos o princípio #2 do exercício da liberdade cristã na história de uma senhora que precisava aprender que existe liberdade na prática daquilo que Deus não proíbe.

-Amigo de Jesus, mas inimigo da cruz. Nesse texto, refletimos sobre a importância da comunhão com Cristo e não somente com suas bênçãos (João 6). Abra os olhos!

-Os 5 “hás” da alegria. Para começar a semana bem, relembramos onde podemos encontrar alegria em todo tempo e em todo lugar: (i) na presença do Senhor; (ii) num relacionamento correto com Deus; (iii) em conhecer e obedecer a Palavra de Deus; (iv) em ser um servo do Senhor; (v) na salvação de um pecador. Sorria!

Se Deus quiser, essa semana nós finalizamos a mini-série “as 4 Marias e seus princípios” na esperança de tornar um pouco mais prático os princípios da liberdade cristã.

Deus abençoe a todos...

“A nível de”

sábado, 28 de novembro de 2009

5 "hás" da alegria

Cada dia mais, as pessoas parecem expressar menos alegria.* Basta uma caminhada na rua, um giro de ônibus ou um passeio de metrô e veremos pessoas com os olhares distantes. São semblantes que beiram a total falta de esperança. As facilidades, a prosperidade e o progresso prometidos pela modernidade também trouxeram uma distância cada vez maior entre as pessoas. Parece que vivemos dias de muita apatia e indiferença. Os sorrisos entraram na lista de extinção.

Mais uma vez, a Bíblia não nos deixa sem respostas para essa situação sem sorriso. Eu gostaria de terminar essa semana lembrando você de 5 lugares onde podemos encontrar alegria. Graças a Deus, eles não dependem de circunstâncias temporárias. Elas estão todas baseadas na pessoa de Cristo, imutável e fiel.

Comece a próxima semana meditando em cada uma delas. Há esperança! Podemos sorrir no ônibus!

#1) Há alegria em estar na presença de Deus. Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita.” (Salmo 16.11)

#2) Há alegria num relacionamento correto com Deus. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito pronto para obedecer.” (Salmo 51.12)

#3) Há alegria em conhecer e obedecer a Palavra de Deus. Os teus testemunhos são a minha herança permanente; são a alegria do meu coração.” (Salmo 119.111)

#4) Há alegria em ser um servo do Senhor. O Senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’” (Mateus 25.21)

#5) Há alegria na salvação de um pecador.Eu lhes digo que, da mesma forma, haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se” (Lucas 15.7). “A igreja os enviou e, ao passarem pela Fenícia e por Samaria, contaram como os gentios tinham se convertido; essas notícias alegravam muito a todos os irmãos.” (Atos 15.3)

Com certeza, poderíamos encontrar mais razões para sermos alegres no Senhor. Mas lembre-se, a alegria do cristão não termina na segunda pela manhã. Ela está baseada no Senhor de todos os nossos dias, que não muda! Sorria! Cristão do tipo limão é uma contradição!

"A nível de"

Notas de Rodapé:

*Estamos falando de alegria, não de folia. J

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Amigo de Jesus, mas inimigo da cruz

Vivemos em dias cheios de amigos de Jesus. Milhares de pessoas são simpáticas à pessoa de Cristo e aos seus ensinamentos. São seguidoras fiéis do Jesus que dá as bênçãos! Milagres, curas, promessas de prosperidade e tem até mesmo aqueles que seguem o Jesus da boa moral, o mestre do respeito ao próximo. O problema é que isso não é sinônimo de crer na mensagem de Jesus. Seguir as bênçãos de Cristo não se traduz em automático relacionamento com Ele. Quem ainda não entendeu isso, vive uma amizade com as bênçãos de Jesus e uma inimizade com sua mensagem.

Mais uma vez, esse não é um problema do HOJE e AGORA. Mesmos nos tempos de Jesus, os “amigos das bênçãos” já existiam. Veja o que acontece em alguns versículos do Evangelho de João capítulo 6:

“11. Então Jesus tomou os pães, deu graças e os repartiu entre os que estavam assentados, tanto quanto queriam; e fez o mesmo com os peixes.[...] 14. Depois de ver o sinal miraculoso que Jesus tinha realizado, o povo começou a dizer: ‘Sem dúvida este é o Profeta que devia vir ao mundo.’ 15. Sabendo Jesus que pretendiam proclamá-lo rei à força, retirou-se novamente sozinho para o monte.

Diante do entusiasmo do tipo “Ele é o nosso Rei”, Jesus se retira dessa região e vai para o outro lado do mar (versículos 16-24). E a multidão segue Jesus! Afinal, é o Jesus dos pães e dos peixes GRÁTIS!!! É nesse contexto que Jesus revela mais uma vez sua identidade e mensagem nos versículos 25 até o final do capítulo. Veja a progressão dos eventos...

“26. Jesus respondeu: ‘A verdade é que vocês estão me procurando, não porque viram os sinais miraculosos, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos.[Jesus revela a motivação dos seus seguidores. Logo em seguida, lança o desafio de buscarem o Pão do Céu.]

“35. Então Jesus declarou: ‘Eu sou o pão da vida. Aquele que vem a mim nunca terá fome; aquele que crê em mim nunca terá sede. 36. Mas, como eu lhes disse, vocês me viram, mas ainda não crêem.[Jesus se revela como o pão do céu. Seus seguidores devem buscar comunhão com Jesus e não com suas bênçãos.]

“41. Com isso os judeus começaram a criticar Jesus...[E o povo parece reagir,Calma aí Jesus, e a nossa boca livre? E as bênçãos?’ Ninguém parece entender o que Jesus falava sobre comer sua própria carne e beber seu sangue. Ninguém entende o compromisso com Cristo!]

“60. Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: ‘Dura é essa palavra. Quem pode suportá-la?’ [...] 66. Daquela hora em diante, muitos dos seus discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.[Bom, quando finalmente entenderam a mensagem de Jesus, quando se viram na posição de tomar uma decisão de seguir o Pão da Vida e não o oba-oba das bênçãos, muitos deixaram de segui-lo. Foram amigos das bênçãos de Jesus, mas inimigos da mensagem da cruz!]

Agora avalie, por que você segue a Jesus? Você é mais um simpatizante do Evangelho que vive buscando bênçãos para essa vida? Ou, já caiu a ficha que seguir a Cristo é um relacioamento com Ele e não com suas bênçãos? Como você reage quando suas expectativas são frustradas? “Ah... eu faço tudo certo, vivo uma vida certinha, e nada sai do jeito que eu quero!” É essa a atitude do seu coração? Lembre-se, busque comunhão com Cristo, não com suas bênçãos. A mensagem do Evangelho é que Jesus é Deus, Santo e sem pecado. Viveu uma vida perfeita e assumiu o seu lugar na cruz. Ele morreu a sua morte para que você vivesse sua vida. A maior bênção é a salvação imerecida para aqueles que eram inimigos de Jesus, você e eu.

Se você é um cristão genuíno, viva grato pelo Pão da Vida, suficiente para satisfazer a alma. Se Ele decidir abençoá-lo(a) com pães e peixes na Terra, glória a Deus. Se Ele não decidir assim, glória a Deus também!

Se você ainda não decidiu pelo pão da vida, lembre-se que o pão da Terra perece. Lembre-se que a “boa moral” do cristianismo não irá te salvar. Está mais que na hora de tomar parte do Pão do Céu, Jesus, o Salvador!

Pense nisso.

“A nível de”

[Iremos retomar a série “as 4 Marias e seus princípios” na segunda-feira. Se Deus quiser, daremos seqüência à terceria Maria, uma moça que...]

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Respostas para Maria 2 ("as 4 Marias e seus princípios")

Maria 2, princípio #2 e a seqüência lógica dos posts apontam para onde quero chegar com essa história: “Maria 2, pare de condenar o que a Bíblia não proíbe.” No entanto, acredito que há grande valor em pensarmos juntos nesse caso. Vamos listar algumas idéias para equilibrarmos o princípio #2 com o princípio #4, respectivamente, “Você tem a liberdade de praticar o que os absolutos de Deus não proíbem” e “não ofenda a consciência de outra pessoa”.

Portanto, vamos estabelecer que Maria 2 vive amargurada por não entender como o princípio #2 funciona. Sim, ela passou por muita dor nos últimos meses, mas nada disso justifica sua atitude condenatória para com as jovens da igreja. E, note bem! De acordo com o relato de ontem, as jovens apenas usavam calças, múltiplos brincos e blusas sem manga durante o período de calor. Isso é chave para entendermos a aplicação do princípio #2.

Elevar a prática do princípio ao nível de Escritura é um erro comum no exercício (ou condenação) da liberdade cristã. Maria 2 transformou o princípio bíblico da modéstia (por exemplo, 1 Timóteo 2.9 e 1 Pedro 3.3, 4) em uma lista de “podes” e “não podes”. Na verdade, todos nós possuímos uma lista assim. Algumas listas são bem flexíveis e outras bem rígidas. As vezes estamos cientes disso, as vezes não. Quando somos expostos ao diferente, descobrimos nossos limites, exatamente o que está acontecendo com Maria 2. Assim como nós, nossa personagem criou sua lista de “podes” e “não podes” baseada em suas preferências, educação e sub-cultura do interior. Agora, ela está reagindo de forma coerente com seus padrões. É justamente esse processo de ajuste que precisa ser direcionado pelo princípio #2.

Também precisamos levar em consideração a diversidade que a aplicação de um princípio pode assumir na prática. Se você tem dúvidas para entender o que estou sugerindo, pense na diversidade cultural das nações. Pense nas diferentes maneiras que pessoas demonstram respeito, amor, indiferença e até mesmo pudor. Tudo isso aumenta de magnitude quando pensamos em épocas! Uau! Quer dizer então que tudo é relativo? Bom, se você acredita que modéstia é uma lista de “podes” e “não podes”, sim. Mas se você entende que modéstia está ligada ao coração, não! A modéstia é um valor supra-temporal e supra-cultural. Fomos chamados para viver uma vida de bom senso e modéstia AQUI e HOJE.

Outra coisa para se pensar, é que Maria passou os últimos meses condenando pessoas ao invés de ajudá-las. Qual será a visão que ela tem de Deus? Será que Deus é o autoritário Faraó dos Céus que nos manda construir muros sem palha? A qualidade dos relacionamentos de Maria 2 mostra a qualidade de seu relacionamento com Deus. As exigências que faz das pessoas ao redor mostra o seu entendimento do caráter de Deus. Se Maria estivesse focada em Deus, sua atitude seria de buscar as jovens da igreja para ensiná-las como poderiam crescer em amor aos seus maridos e filhos.

“3. Semelhantemente, ensine as mulheres mais velhas a serem reverentes na sua maneira de viver, a não serem caluniadoras nem escravizadas a muito vinho, mas a serem capazes de ensinar o que é bom. 4. Assim, poderão orientar as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e seus filhos, 5 a serem prudentes e puras, a estarem ocupadas em casa, e a serem bondosas e sujeitas a seus maridos, a fim de que a palavra de Deus não seja difamada.” (Tito 2.3-5)

Focada nos seus próprios padrões, Maria 2 esqueceu dos princípios verdadeiramente bíblicos. Decidida em alguns “podes” e “não podes”, Maria 2 esqueceu que não é a prática deles que garante um coração puro, mas um relacionamento genuíno com Deus. Presa em seus próprios padrões, Maria 2 deixou de usufruir da liberdade dos princípios.

E você? Tem deixado com que seus padrões direcionem seu relacionamento com as pessoas? Ou você vive a liberdade que existe em Cristo e focado no que é certo? Como você reage com relação àqueles que pensam, agem e decidem diferente de você? Você avalia situações pelos princípios absolutos de Deus ou por seus padrões subjetivos?

[Obs.: O caso de hoje tocou no assunto de modéstia, um tema controvertido por si só. Para aqueles que têm interesse em ler um pouco mais sobre o assunto, vejam os textos traduzidos e postados pelo meu grande amigo Pr. Filipe Niel no site de sua igreja. Tenho certeza que os textos “Deus, meu coração e minhas roupas” Parte 1 e Parte 2 serão instrumentos de edificação para todos que lerem.]

"A nível de"

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"as 4 Marias e os seus princípios" (as perguntas da Maria 2)

Maria 2 é uma senhora de 62 anos que viu seu marido falecer de um ataque cardíaco repentino. Foi um susto para todos da família. Viúva, com problemas de saúde e sem uma estrutura financeira ideal, Maria 2 mudou-se do interior do estado para uma cidade do litoral onde sua filha, genro e três netas adolescentes moravam.

O primeiro mês foi de muita adaptação para Maria 2. Clima diferente, falta dos amigos e a dor da perda do marido eram fatores que contribuíram para tornar essa adaptação difícil. No entanto, nossa personagem encontrou suas maiores dificuldades na adaptação com a nova igreja. As músicas não eram tão tradicionais quanto gostaria, o pastor era um jovem sorridente que pregava sem gravata e os cultos eram celebrados num salão multi-uso que mais parecia um ginásio que um templo. Tudo isso era estranho e diferente. Porém, o que mais incomodava Maria 2 eram as jovens solteiras e casadas da igreja. Elas usavam calças nos cultos, algumas com múltiplos brincos na orelha (e algumas até mesmo um “piercing” no nariz!!!) e, nos dias de muito calor, blusas sem mangas! Um verdadeiro absurdo para a recém-chegada do interior.

No começo, queixou-se de tudo isso. Nos almoços em família, Maria 2 “alfinetava” suas netas e suas amigas com relação às roupas que usavam. “Onde já se viu?

A família de sua filha foi muito gentil e paciente nos primeiros meses de queixas. Afinal, perder o marido de forma repentina e passar por todas essas mudanças não deve ter sido fácil. Porém, os meses foram passando e Maria 2 demonstrou mais amargura. Seu semblante caiu e a única coisa que conseguia pensar durante os cultos era no absurdo que as jovens da igreja faziam domingo após domingo. Era um absurdo que o pastor “desgravatado” não falava nada. Era um absurdo que seu genro aprovava as vestimentas de suas netas. Era um absurdo que... e assim foi. Maria 2 se tornou uma senhora amargurada e, que a verdade seja dita, companhia indesejada!

De acordo com o princípio #2 da liberdade cristã, como você ajudaria Maria 2 a pensar biblicamente?

Mande seus comentários para ajudá-la.

"A nível de"

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Respostas para Maria 1 ("as 4 Marias e os seus princípios")

Agradeço a todos que participaram e mandaram suas contribuições para as perguntas da Maria 1. Vamos dar uma olhada mais de perto em cada uma das situações e enteder como os “absolutos” mandamentos de Deus (o princípio #1 do exercício da liberdade cristã) podem ajudar Maria em suas (in)decisões.

Situação #1) Maria está com dúvidas em como deve reagir com relação às mentiras no trabalho. Bom, você pode até pensar que essas são situações pequenas e que existem dificuldades maiores, etc. Eu concordo. Mas a verdade é que se Maria é incapaz de fazer o certo nessa “pequena” situação, já sabemos qual será sua reação nas “grandes” dificuldades. O que irá motivá-la a fazer o certo não é o tamanho da situação nem a gravidade das conseqüências. Para o cristão, existe uma motivação maior, que é ligada ao seu propósito de vida. É aqui que separamos meros comportamentos cristãos de genuínas manifestações de transformação de coração. Os dois podem parecer quase idênticos, mas a motivação do coração transformado é outra e duradoura.

[já conheceu alguém cuja caminhada com Deus parece uma corrida na montanha russa? Motivações... motivações...]

Observe Efésios 4:1 e 17: “1. Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam.[...]17. Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos.” Esses versículos enfatizam uma transição na carta de Paulo aos Efésios. O apóstolo está falando da realidade que caracteriza a Igreja de Cristo (verdadeiramente supernatural). E é baseado nessa realidade que os cristãos são chamados para viver diferente. A partir daí, Paulo esclarece e dá detalhes práticos do que significa uma vida nova. Note então o versículo 25 do mesmo capítulo, “Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.” Somos chamados para falar a verdade. Falamos a verdade porque somos filhos da verdade! O que Deus espera de Seus Filhos é diferente do nosso antigo modo de agir antes de Cristo (“...não vivam mais como os gentios...”). Mentira não caracteriza a vida nova que Paulo explicou e detalhou tão bem nos três primeiros capítulos de Efésios.

Em resumo, podemos ajudar a Maria a entender seu propósito maior na vida: agradar a Deus acima de todas as coisas. Também podemos encorajá-la, como bem observado pelo Artur em seu comentário, que Deus honra a obediência. Note, isso não significa que Deus promete todos os seus desejos materiais se você obedecê-lO. Mas isso significa que Deus não desampara Seus filhos e irá prover tudo o que eles necessariamente precisam. Na prática, as soluções podem variar. Elas podem ser traduzidas em um pedido de demissão ou uma conversa honesta com seu chefe. As conseqüências ficam nas mãos de Deus, que tudo sabe. Nesse lado dos céus, cabe a nós apenas falar a verdade!

Situação #2)Todo mundo faz!!! Qual o problema? Nós nos amamos!!!” Agora, Maria encontra a pressão do namorado. O rapaz está abrasado e louco para fazer sexo com ela. Bom, não é que ela não o ama e não compartilha dos mesmos desejos, mas de novo voltamos à nova identidade da Maria e o que Deus ensina sobre o sexo.

Deus criou o sexo e abençoou a união do homem e mulher (Genesis 1.28)! Está surpreso(a)? Por alguma razão perdida na história do cristianismo, pessoas associaram qualquer manifestação sexual com o pecado e como algo sujo. Isso não é verdade. Porém, o que muita gente se engana é onde o sexo encontra seu lugar. No matrimônio!!! No Casamento!!! Na união entre marido e esposa!!! Sexo dentro do casamento não é apenas um valor moral social ou garantia de saúde contra DSTs. Sexo dentro do casamento é reconhecimento de que Deus existe. Deixe-me mostrar meu ponto com essa passagem bíblica que está dentro do contexto da imoralidade sexual (confira lá depois...):

“3. A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. 4. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, 5. não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. 6. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. 7. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. 8. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo.(1 Tessalonicenses 4.3-8)

Em outras palavras, a imoralidade sexual é uma vida de ateísmo prático. É viver rejeitando a Deus! Esse é o ponta-pé inicial para estabelecer os absolutos de Deus para Maria. Passo a passo, Maria e seu namorado precisam entender o propósito do sexo e como agradar a Deus como namorados (não casados ainda).

Essas são algumas das respostas que podemos dar para a Maria 1. Mas e você? O que caracteriza seu andar com Deus? Uma vida de mentiras e de “satisfação” sexual fora do casamento não são marcas da identidade do cristão. O cristão foi comprado pelo sangue de Cristo para uma vida diferente! Nossa liberdade é limitada por nossa identidade. Fazemos o que fazemos porque somos o que somos! Somos filhos de Deus! Portanto, vivamos assim...

“A nível de”

Obs.: Amanhã, se Deus quiser, iniciamos a história da Maria 2, uma senhora de 62 anos que...

Sobre os Comentários

Amigos, soube que alguns de vocês estão com problemas para mandar os comentários por causa da função de verificação de palavras. Então, já desativei essa função e parece que está mais fácil de mandar comentários.
Obrigado pela paciência enquanto trabalhamos na melhoria do blog. Espero que isso facilite a discussão e a troca de experiências.
Até mais...
"A nível de"

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

"as 4 Marias e os seus princípios" (as perguntas da Maria 1)

Maria é uma jovem secretária em uma empresa de celulose na grande São Paulo. Com a nova configuração da empresa, Maria atende três gerentes comerciais na maior seção de vendas da companhia. O emprego oferece um bom salário, capaz de pagar as mensalidades da faculdade e ainda ajudar um pouco nas contas de casa. Desde que seu pai sofreu um acidente na oficina em que trabalhava, Maria tem ajudado a pagar metade das contas do supermercado e as contas de luz e telefone da casa. Como filha mais velha, as responsabilidades chegaram cedo para Maria.

No último ano, Maria cresceu muito em seu relacionamento com Deus. Recém-convertida, Maria não perde nenhum estudo bíblico, já completou a classe de doutrinas básicas na igreja e quer se batizar no próximo mês.

Diante de muito entusiasmo com a vida cristã, Maria começou a se incomodar com algumas situações no seu trabalho. O que antes era normal, agora não parece mais certo. Em especial, Maria se sente incomodada com os pedidos de um dos gerentes. São pedidos de mentiras para não atender o telefone, relatórios de despesas “super-faturados” e até mesmo compras de presentes para sua namorada com o cartão de crédito da companhia. Maria não sabe ao certo o que fazer, pois os pedidos vêm de seu chefe. Como ela deve reagir? Vale a pena fazer o certo e colocar o “ganha-pão” da família em risco?

Somado à pressão do trabalho, Maria teve um desentendimento com seu namorado. Embora ambos esperam juntos o próximo mês para o batismo, seu namorado parece não compartilhar do mesmo entusiasmo em crescer espiritualmente. Maria tem observado uma certa apatia em sua vida. O último encontro dos dois acabou num desentendimento quando seu namorado sugeriu que os dois fossem a um motel. Afinal, qual o problema? Eles se amam, querem se casar e todo mundo faz! Maria disse que não, mas a proposta do namorado não sai de sua cabeça. Ela o ama e não quer perdê-lo justamente agora. O que Maria deve fazer? Qual o problema de fazer sexo se existe o compromisso de casamento?

Como você aconselharia Maria? Como que o princípio #1 pode tornar realidade na vida de Maria e ajudá-la a pensar biblicamente?

Escreva suas sugestões nos comentários ou pense consigo mesmo. Os princípios do exercício da liberdade cristã têm valor “a nível de” cotidiano!

a-nívelD Semana 2

O que aconteceu no blog semana passada:

1. Tivemos nossa primeira série. Estudamos sobre o exercício da liberdade cristã. Foram apresentados quatro princípios para entendermos como funciona a liberdade cristã.

2. Diante da confissão do infartado, revisamos a perspectiva da eternidade aplicada hoje.

3. Ontem, vimos uma perspectiva de ser servo. Como você reage quando é tratado como servo?

E agora, bola pra frente:

1. Continuamos estudando uma nova cara para o blog. A quantidade de templates prontos disponível na internet é grande. Também existem dicas para como usá-los. Estamos trabalhando nisso e em dezembro, se Deus quiser, lançamos uma cara nova para o blog. Também já estou em contato com um amigo do blog que tem experiência no assunto e quer ajudar!

2. Tenho recebido boas críticas com relação ao nome do blog! O que você acha? “a-nívelD” comunica alguma coisa? Como podemos trabalhar melhor o nome para transmitir uma mensagem mais próxima da realidade? Quem sabe não lançamos uma campanhar para um novo nome. Aguardem...

3. Essa semana, começamos uma nova série. Na verdade, deveria chamá-la de temporada 2 da série da liberdade cristã (ou será essa a primeira mini-novela do blog?). O assunto da liberdade cristã é pode criar muita polêmica. Porém, meu objetivo não é gerar polêmica, mas tentar sugerir maneiras práticas de como tornar real os princípios que estudamos semana passada. Então, seguimos com a temporada 2 da série liberdade cristã. Em “as 4 Marias e seus princípios”, veremos 4 mulheres de nome Maria unidas pela mesma pergunta: “como exercer minha liberdade em Cristo?” Não deixe de enviar sua pergunta e comentário.

“A nível de” segunda-feira, um bom começo de semana para todos.

Pela graça e para a glória dEle,

 

domingo, 22 de novembro de 2009

E essa frase? Serve?

Você gosta de frases de efeito? Quase todo mundo tem uma ou mais frases de efeito no coração. São frases que marcaram sua vida em alguma momento especial ou de grande agonia. Talvez um amigo compartilhou com você uma frase de consolo. Ou você tenha lido em uma biografia uma oração de coragem. Ou ainda encontrou um trocadilho que te fez rir no parachoque de um caminhão. Bom, eu não sou diferente. Guardo algumas frases que me ajudaram a pensar em diversas ocasiões. Hoje, eu fui lembrado de uma delas e quero compartilhar com você. Preste atenção nessa daqui:

O teste para saber se você é servo está em como você reage quando é tratado como tal” (de um tal de Collier, eu acho)

Durante o dia, pensei um pouco sobre o que é ser servo. Todo mundo que se diz cristão e tem um entendimento mínimo da fé quer ser conhecido como servo. Jesus ensinou a importância do serviço em diversos momentos de seu ministério. Os apóstolos também enfatizaram a atitude de servo. Alguns demoraram para cair a ficha, mas depois de algumas lições variadas, finalmente entenderam que ser cristão é ser servo. No Reino de Deus, a grandeza é medida de forma diferente. O maior de todos é servo de todos.

Não foi Jesus o maior servo? Entre muitas passagens que mostram Jesus como Servo, leia essa:

Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45)

O cristão é chamado ao serviço. Mas onde quero chegar não é apenas convencê-lo disso, porque se você ainda não entendeu que como cristão é servo, seu problema é maior do que você pensa. Mas hoje estamos falando da reação diante do serviço. Quando alguém pede a você para servir na mais “baixa” das posições, como você reage? “Quem eu? Eu sou formado pela Universidade dos Caras e você quer que eu faça isso?” (leia isso com desdém) Talvez você não tenha problema em fazer algo que pareça pequeno, mas como você reage diante de coisas grandes ou até mesmo diante daquilo que não gosta muito? Você ainda serve com alegria? Ou será que a murmuração é sua reação no serviço? O teste não é a qualidade da tarefa, mas a reação do coração.

Deixa eu dar um exemplo. Atualmente, uma de minhas responsabilidades do estágio é manter a limpeza de um prédio aberto para a comunidade. Isso inclui tudo o que há dentro de um prédio com quadras esportivas, salas de reunião, piscina e banheiros! Sim, banheiros! Muitos deles. Já passei horas meditando na frase acima enquanto limpava privadas.

Mas, não estou sozinho. O prédio conta com a ajuda de muitos voluntários da igreja e comunidade. Num dia desses, eu estava limpando mictórios* com um universitário, um camarada muito legal. Entre limpezas e outras, agradeci a ajuda do rapaz, “Muito obrigado por ajudar a limpar banheiros, sei que isso não é uma das coisas mais agradáveis da vida”. Leia a resposta do camarada. “É eu sei, mas ir para a cruz também não era agradável, mas Ele foi por nós.” Moral da história, “Sacha, fique quieto, sorria e sirva com alegria.

Pessoal, um servo cristão serve com alegria no coração. O servo não escolhe atividades baseado tão somente em suas preferências. Muito menos, baseado no que pensa que merece. Ele serve porque é servo. A cruz de Cristo reinterpreta nossas oportunidades de serviço. Não existe oportunidade de serviço desagradável ou difícil demais quando entendemos o coração do Evangelho.

Agora pense, você está servindo? Se não, existem apenas duas opções para você: o Evangelho ou uma vassourada na cabeça! “A nível de” cristianismo, cabe a nós apenas arregaçar as mangas e servir ao nosso Salvador. Pense nisso.

Nota de rodapé:

*Moças, mictório é uma privada especial para rapazes. Se um dia você entrar num banheiro masculino, não se esqueça, aquilo é a privada dos meninos e não um bebedouro ou pia extra.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A Confissão do Infartado

Ontem à tarde, fui ao hospital visitar um amigo e irmão em Cristo que sofreu três ataques cardíacos nos últimos 5 dias. Com artérias entupidas, ele foi operado às pressas na quarta-feira. No dia seguinte, já se sentindo bem melhor, ele me ligou para conversarmos. Combinamos de nos falar no próprio hospital em algum momento de tarde.

Assim que entrei no quarto, encontrei meu amigo deitado, seu sobrinho ao lado e uma amiga do outro. Até aqui, uma visita hospitalar típica. Cheguei logo no começo da explicação de como tudo aconteceu: dores no braço esquerdo, suor, tontura, etc. Depois veio o susto ao ver uma sala com quase 20 pessoas prontas para operá-lo. Aí, realmente caiu a ficha que não era um ataque de diabetes, mas problemas sérios do coração.

O sobrinho olhou para o relógio e foi embora. E o papo continuou. Com algumas lágrimas, o infartado começou a contar o que aprendeu diante do que poderia ter sido fatal. E a amiga foi embora. Agora era ele e eu conversando. Mais lágrimas.

E o que ele aprendeu? “Sacha, a verdade é que estou longe de Deus. Estava frequentando a igreja, cultos e aulas. Mas meu coração estava longe de Deus, sem a empolgação que tinha quando comecei minha jornada com Cristo. Nos últimos anos, passei a viver buscando a garantia do que vou comer, dirigir ou ter. Nessa busca, deixei o que realmente tem valor de lado: Deus e minha família.” E mais lágrimas.

E o que eu pensei? “O que eu vou falar para esse camarada?” Não tive dúvidas em encorajá-lo na esperança eterna que temos em Cristo. Não tive dúvidas de lembrá-lo da brevidade da vida. Falamos também que do mesmo jeito que ele não partiu, ele ficou. Vivemos sem controle algum de quantos dias viveremos, e a única certeza é que não é para sempre. Como estudante de teologia, era quase uma obrigação mencionar tudo isso.

Então a esposa dele chegou. Trocamos alguns cumprimentos cordiais e comentários ordinários. “E você? Como está? Sacha, você parece cansado.

Em instantes, a confissão do infartado confrontou o coração do agitado. Naquele mesmo dia, passei o almoço pensando em um zilhão de coisas, com dificuldades em desfrutar das coisas simples da vida. Foi difícil focar no que minha esposa contava e roboticamente eu troquei a fralda do meu filho. Agitado demais para desfrutar a alegria da visita hospitalar, dirigi pensando no trabalho que tenho que escrever. Me perdi nas tarefas e, ironicamente, me perdi no caminho até o hospital. Mas foi na confissão do infartado que meu agitado coração encontrou um lembrete importante.

Quarta-feira foi meu amigo que infartou, mas REALMENTE poderia ter sido eu ou você. Quarta-feira, Deus resolveu estender a vida do meu amigo, mas REALMENTE eu não sei por quanto tempo estenderá a minha ou a sua. Podemos esperar um infarto para mudar ou aprender com o infartado.

Quando iremos nos encontrar com Deus é um mistério, mas a realidade do encontro deve mudar nosso preparo para ele. Entre os dois hospitais que marcam o início e o fim de nossa vida, Deus coloca situações no caminho para nos fazer lembrar da brevidade e futilidade da experiência terrena. Não se engane, somente o que é feito por Cristo irá durar!

“10. Pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más. 11. Uma vez que conhecemos o temor ao Senhor, procuramos persuadir os homens. O que somos está manifesto diante de Deus, e esperamos que esteja manifesto também diante da consciência de vocês. 12. Não estamos tentando novamente recomendar-nos a vocês, porém lhes estamos dando a oportunidade de exultarem em nós, para que tenham o que responder aos que se vangloriam das aparências e não do que está no coração. 13. Se enlouquecemos, é por amor a Deus; se conservamos o juízo, é por amor a vocês. 14. Pois o amor de Cristo nos constrange, porque todos; logo, todos morreram. 15. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5.10-15)

"A nível de"

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

O Exercício da Liberdade Cristã (Parte 4/4)

Nos últimos três dias, lidamos com os mandamentos absolutos de Deus, a liberdade em praticar o que a Bíblia não condena e como o “princípio da espera” nos ajuda a ajustar a consciência com os dois princípios anteriores. Hoje, fechamos a lista. De forma alguma, os princípios sugerem a “última palavra” no assunto, mas é uma tentativa de tornar prática a maneira de pensar nossa liberdade em Cristo. Portanto:

PRINCÍPIO #4) Não ofenda a consciência de outra pessoa.

Existe algo em comum em grande parte dos conflitos e discussões: a violação do quarto princípio da liberdade. Aliás, é justamente sobre esse assunto que o apóstolo Paulo lida em grande parte do capítulo 14 em sua carta aos Romanos. Como mencionado dentro do princípio #3, o contexto desse capítulo é a discussão relacionada à liberdade de comer ou não comida sacrificada aos ídolos pagãos. A pergunta que estava na cabeça dos romanos era “E então, pode ou não pode?” Mas Paulo desafia seus leitores a pensarem além da comida. Essa não era (e não é) a questão principal:

“19. Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua. 20. Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. 21. É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair.” (Romanos 14.19-21)

Preste atenção! Paulo afirmou que todo o alimento é puro. Em outras palavras, comer comida sacrificada aos ídolos não violava nenhum dos dois primeiros princípios da liberdade que estudamos. Porém, a vida é uma experiência comunitária. Os romanos não viviam isolados e você não vive isolado. Suas atitudes causam impacto naqueles que estão ao seu redor. Reinvidicar seus direitos, bater o pé por suas próprias vontades e desconsiderar o impacto de suas decisões na sua comunidade é perder de vista o propósito maior: viver para a edificação mútua na obra de Deus que resulta em paz.

Então, podemos submeter a pergunta “pode ou não pode _______________?” às respostas a duas outras perguntas: Sua decisão vem de um coração humilde que considera “os outros superiores a si mesmo”? (Fl 2.1-4) É uma decisão que irá promover a edificação mútua ou apenas exercer sua liberdade às custas da consciência alheia?

Isso não significa que vivemos escravos da consciência alheia. Mas viver com Deus é uma caminhada solitária e experimentada em comunidade. Pense nisso, “nós não estamos sozinhos!”

“A nível de”

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O Exercício da Liberdade Cristã (Parte 3/4)

Até agora, visitamos dois princípios importantes para entender o exercício da liberdade cristã. Entendemos que tudo o que ofende a santa natureza de Deus é pecado. Portanto, não deve ser praticado (Princípio #1). O segundo princípio reforça a liberdade do que podemos fazer. Somos livres para fazer tudo aquilo que a Palavra de Deus não condena (Princípio #2), daí a necessidade de conhecer bem a Bíblia.

Hoje, começamos os dois últimos princípios de nossa liberdade. Acredito que é na prática desses dois princípios que as dúvidas começam a aparecer com maior frequência.

PRINCÍPIO #3) Não ofenda a sua própria consciência.

“22. Assim, seja qual for o modo de crer a respeito dessas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova. 23. Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.” (Romanos 14.22-23)

Os versículos acima são parte do ensino do apóstolo Paulo aos Romanos, um grupo que estava justamente lutando para exercer sua liberdade diante de práticas duvidosas. As dúvidas desse grupo estavam relacionadas à dieta que poderiam (ou não) ter. Alguns tinham dúvida se poderiam comer carnes sacrificadas aos ídolos pagãos da época e que eram posteriormente vendidas no mercado da cidade. Para responder essas dúvidas, Paulo apresenta a importância de uma consciência pura diante de Deus e de um modo de pensar marcado pelo amor mútuo (logo mais no princípio #4).

Se você tem dúvidas diante do que está prestes a decidir, se é certo ou errado, se agrada a Deus ou não, etc; bom, Romanos 14:22-23 pode te ajudar a decidir: NÃO FAÇA! Essa idéia é conhecida como o “princípio da espera”, que deve ser aplicado a toda situação que envolve alguma dúvida sobre o que se vai fazer é pecado ou não.

Mas e se na espera eu perder uma grande oportunidade?” Isso é o de menos. Eu não quero minimizar o infortúnio de perder oportunidades na vida, também creio na importância da boa mordomia das oportunidades. Porém, a “grande oportunidade” perdida ainda é muito menor que o pecado cometido por ignorância. Se há dúvida, não faça. Se sua consciência acusa o risco de estar envolvido em pecado, não ponha seu relacionamento com Deus em risco por causa de uma “grande oportunidade”. “A nível de” decisão, o certo é esperar! O que não vem de fé já é pecado por si mesmo e pode levar a mais pecado ainda.

Para Reflexão:

Você já tomou alguma decisão precipitada e equivocada que poderia ter sido evitada com o “princípio da espera”?

Como Romanos 14.22-23 pode ajudá-lo a repensar seu hábito de tomar decisões?

Onde está o seu tesouro? Oportunidades que não podem ser perdidas ou o cultivo de um relacionamento frutífero com Deus?

“A nível de”

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Exercício da Liberdade Cristã (Parte 2/4)

O primeiro princípio da liberdade cristã nos ensinou que aquilo que a Palavra de Deus aponta como pecado não deve ser praticado por aqueles que confessam Jesus como Salvador. De acordo com os textos de ontem (e muitos outros), sabemos que aqueles que morreram para o pecado foram também comprados para viver uma vida diferente. Por isso, não ofenda a natureza santa de Deus.

Hoje, seguimos construindo uma perspectiva bíblica de nossa liberdade:

PRINCÍPIO #2) Você tem a liberdade de praticar o que os absolutos de Deus não proíbem.

Preste bastante atenção! O que o princípio #2 NÃO ensina é tão importante quanto o que ele ensina. O princípio #2 garante a liberdade de praticar o que os absolutos contidos na Palavra de Deus não proíbem, mas não desculpa a violação de absolutos de Deus que você não conhece! Em outras palavras, o quanto você desconhece dos princípios absolutos de Deus não diminui a “lista” das ordens divinas que estão debaixo de sua responsabilidade de obedecer.

Deixe-me mostrar um exemplo de como Jesus lidou com uma situação parecida.

Um grupo conhecido como saduceus desafiou Jesus com relação a um dos ensinamentos da Palavra de Deus. Na discussão, Jesus não só corrigiu conclusões equivocadas como também ensinou que a ignorância sobre o que diz a Bíblia (as Escrituras) não tira a responsabilidade de obedecê-la:

Jesus respondeu: Vocês estão enganados porque não conhecem as Escrituras nem o poder de Deus!” (Mateus 22.29)

Com isso em mente, entendemos melhor o segundo princípio da liberdade cristã: você pode fazer tudo o que a Bíblia não proíbe, mas não se iluda, ignorância não é desculpa. É nossa responsabilidade crescer no conhecimento da Palavra de Deus a fim de exercer de forma santa nossa liberdade em Cristo. Munidos do conhecimento da Palavra de Deus, crescemos em liberdade, não em libertinagem.

Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.” (Gálatas 5.13)

Para reflexão:

Você é capaz de associar o que faz com princípios bíblicos?

Você tem certeza que o que faz não viola em nada a Palavra de Deus?

Você avalia decisões de outras pessoas por meio da Palavra de Deus ou baseado em suas preferências ditas religiosas?

“A nível de”

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Exercício da Liberdade Cristã (Parte 1/4)*

Se você já enfrentou situações em que teve dúvidas se o que iria fazer era certo ou não, essa série é para você. A Bíblia tem princípios que nos instrui para tomar decisões que agradam a Deus.

Se você nunca passou por situações em que sua liberdade de decisão foi alvo de reflexão (e até mesmo de questionamento), essa série também é para você. Talvez seja a hora de refletir que a verdadeira liberdade em Cristo apresenta limites claros, cabe a nós repeitá-los. Se esse conflito não existe, talvez você nunca foi desafiado em sua maneira errada de pensar.

Seja como for, creio que todos nós concordamos que para cada geração, cultura, região, família e para cada pessoa, existem limites e padrões de liberdade que nem sempre são objetivos. Isso faz com que a avaliação do certo ou errado sofra de um subjetivismo crônico, gerando conflitos e discordâncias entre pessoas. Mais uma vez, é preciso olhar para a Palavra de Deus para encontrar princípios que norteiam nossa liberdade, promovendo a glória de Deus através de nossa unidade. Com isso em mente, iniciamos nossa mini-série sobre o exercício da liberdade cristã:

PRINCÍPIO #1) Não ofenda a natureza santa de Deus.

“O que estou prestes a fazer ofende a natureza santa de Deus?” O que a Bíblia condena como pecado é fora dos limites dados por Deus no exercício de nossa liberdade. Aqueles que confessam o nome de Cristo como Salvador foram comprados pelo precioso sangue de Jesus para viver como escravos do bem, e não do mal.

Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.” (Romanos 6.11)

E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Coríntios 5.15)

Dentro do contexto de nossa união com Cristo, somos chamados a viver para Deus. As implicações disso para uma vida de santidade são simples, mas profundas. Tudo o que ofende a natureza santa de Deus é fora dos limites da verdadeira liberdade em Cristo. Somos livres para decidir fazer o certo e viver para Deus.

Portanto, considere os exemplos abaixo. O que você está prestes a fazer ofende a natureza de Deus...

...pela imoralidade sexual? (1 Co 6.9)

...porque é roubo? (1 Co 6.10; Ef 4.28)

...porque é mentira? (Ef 4.25)

...porque é fruto de rebeldia às autoridades? (Ro 13.1-7; Ef 6.1)

E a lista continua, refletindo que tudo aquilo que ofende a natureza santa de Deus está fora dos limites de nossa liberdade.

Pense nisso. A semana está começando e a probabilidade de você enfrentar uma decisão entre o certo e o errado é grande. O que você vai escolher? Lembre-se, não ofenda a natureza santa de Deus.

“A nível de”

Notas de Rodapé:

*Essa primeira série do blog está dividida em quatro posts. Cada um aborda um princípio para direcionar a tomada de decisões que envolvem o exercício da liberdade cristã. Lembre-se, a Bíblia nos instrui a construir uma mentalidade capaz de minimizar as áreas cinzentas da vida.

domingo, 15 de novembro de 2009

a-nívelD Semana 1

Essa foi a primeira semana do blog. Agradeço a todos que leram os posts, enviaram sugestões e incentivaram para que o projeto continue. Alguns e-mails e bate-papos por outros meios deram um bom direcionamento para os próximos passos. Entre eles:

a. Melhorar a cara do blog. De fato, eu reconheço que o blog ainda tem um visual meio “tiozão”. Já adicionei a melhoria desse quesito numa lista de tarefas a serem executadas em breve. Vou trabalhar nisso no mês de dezembro. Aliás, se você tiver qualquer dica para passar nesse sentido, mande sua sugestão (principalmente para mexer em linguagem “html”, se esse for o caso). Além disso, obrigado pelo toque com relação a figuras. Esporadicamente, pretendo usá-las para ilustrar o ponto principal dos posts.

b. Novos temas. Alguns e-mails e comentários deram idéias para outros posts. Por exemplo, uma das perguntas que vieram como resultado do post “esse é O cara” me desafiou a pensar em uma teologia dos elogios. Sem contar que o “lágrima de crocodilos” sempre nos faz pensar na teologia das emoções. Pretendemos abordar melhor esses temas em breve.

c. Séries. Provavelmente iremos começar em breve uma série de posts relacionados ao mesmo tema. Isso pode facilitar a discussão e até mesmo servir como material para estudos individuais. Já estou com uma lista de séries no forno, mas se você tem alguma idéia, não hesite em mandar.

d. Arquivo. Estou começando a catalogar os posts por temas e em breve quero desenvolver um arquivo temático que seja útil no futuro. Também aberto para sugestões de como fazer isso de forma inteligente.

Enfim, é isso aí pessoal. “A nível de” blog, estamos começando essa jornada e estaremos nela enquanto o blog se mostrar uma ferramenta útil para a edificação dos seus leitores.

Abraço a todos e até amanhã no próximo post, se Deus quiser.

“A nível de” (Sacha)

sábado, 14 de novembro de 2009

O que o apagão trouxe à luz

Na última terça-feira (10/11), o Brasil sofreu um apagão geral. Uma pane em algum lugar da rede de distribuição de energia elétrica deixou milhões de brasileiros no escuro por aproximadamente 5 horas. As causas ainda são de certa forma desconhecidas. Sabe-se lá quando o evento vai se repetir. Mas seja como for, o apagão trouxe à luz algumas verdades que não podem deixar de ser mencionadas e lembradas. Não estou falando da fragilidade do sistema energético brasileiro, da necessidade de ampliarmos redes de distribuição, etc, mas estou falando de eventos que sucederam poucos minutos depois do início do apagão.

Notícas de quase todos os lugares afetados pela falta de luz acusaram roubos, saques, vandalismo, etc. A falta de luz parece ter sido a oportunidade perfeita para a bandidagem geral. Polícia e até mesmo a Guarda Nacional ficaram em estado de alerta em diversos pontos do país.

Porém, o que muita gente ainda não entendeu é que não é a falta de luz elétrica que trouxe a criminalidade, mas sim a falta da Luz eterna.

Veja o que diz o Evangelho de João capítulo 3, versículos 19-21:

“19. Este é o julgamento: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram as trevas, e não a luz, porque as suas obras eram más. 20. Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. 21. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizada por intermédio de Deus.

A falta de luz elétrica permitiu que a criminalidade fosse temporariamente “escondida” dos olhos humanos, criando oportunidades para bandidos agirem. Afinal, ninguém estava vendo. Porém, a Luz eterna, que é Cristo Jesus, está sempre vendo. Sua luminosidade condena as obras das trevas e leva o homem a um ponto de decisão. A luz divina manifesta os intentos do coração humano, deixando-nos com apenas duas opções: abraçar a luz e a prática da justiça, ou abraçar as trevas e a prática da injustiça.

O apagão da última terça-feira trouxe à luz a constante necessidade do coração humano pela luz divina. Não se esqueça disso, a luz de Cristo transcende a ausência da luz elétrica e nos confronta com as trevas do coração e suas conseqüências eternas.

Cristo Jesus é a verdadeira solução para o apagão do coração. Você ascendeu a luz?

“A nível de”

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

"Esse é O cara"

Você já ouviu essa expressão? “esse é O cara”*? Como reage quem ouve isso? Tem gente que fica rosada, olha para o nada, a boca esboça um semi-sorriso e solta um “magina!”.

Mas o lance é o seguinte: Todo mundo gosta de ser “O Cara”** Pode tentar negar, mas lá no fundo, gostamos de receber “a glória devida ao nosso nome”. Isso é fruto da rebeldia nata do coração humano, sempre propenso a roubar a glória de Deus. A capacidade do coração em buscar maneiras de driblar a busca da glória de Deus para engrandecer o próprio nome é horripilante. Como falei, tem o sujeito que fica rosado e lança o “magina”, mas lá no fundo nutre um sentimento de satisfação e dever cumprido. Tem gente que nem esconde, “é, eu sou o cara mesmo”; esse tem poucos amigos. E tem gente que vive com ódio de si mesmo porque nunca ouviu que é “o cara”. Esse último tem um amor próprio grande demais. Ele recusa o que é ou tem pois acredita que estão abaixo do que merece. Enfim, a dinâmica do coração para ser “o cara” toma muitas formas, mas todas centradas em si mesmo.

Deixa eu sugerir uma passagem bíblica para nos orientar nesse assunto.

Isaías 40:15, 17: “15. Na verdade as nações são como a gota que sobra do balde; para ele são como o pó que resta na balança; para ele as ilhas não passam de um grão de areia. [...] 17. Diante dele todas as nações são como nada; para ele são sem valor e menos que nada.

Isaías nos ajuda a entender quem somos diante de Deus. Se as nações todas são como uma gota de balde, quem é você? Isaías nos ajuda a entender que a expressão “o cara” é fruto de avaliação horizontal (cara-para-cara), então ele nos posiciona na perspectiva vertical (de-Deus-para-os-caras), colocando a grandeza de Deus para iluminar nossa ignorância de quem somos e quem Deus é. Aí, a ficha cai. Somos como uma gota do oceano diante de Deus. E, o oceano é uma gota para Deus – e ainda assim não capturamos bem a distância que nos separa da grandeza de Deus.

Então, “a nível de” elogios, lembre-se sempre quem Deus é e quem você é. O coração devidamente informado das duas realidades irá buscar com mais freqüência a glória de Deus. Aí, os elogios se tornam reconhecimentos da graça de Deus sobre alguém. Não deixe que os elogios funcionem como combustível do orgulho que nos separa do propósito que fomos chamados: levar glória ao nome de Deus!

E aí? “Você é o cara”???

“A nível de”

________________

Notas de rodapé:

*“o cara” é expressão coloquial para elogiar alguém. Normalmente, se alguém fala que você é “o cara” é porque notou em você qualidades de destaque.

**Logicamente, o post também faz referência ao público feminino. Se você se encaixa nesse público, deve ler: Todo mundo gosta de ser “A mina”!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Os 2 Hospitais

Recentemente, ouvi que a vida é o intervalo entre dois hospitais. A vida começa num hospital com a família te visitando e termina no hospital com a família te levando. E, nada trazemos e nada levamos. O que conta mesmo é onde investimos o intervalo de tempo entre nossas duas passagens pelo hospital.

Infelizmente, somos dotados de uma grande INcapacidade de contar os próprios dias. Todo mundo sabe (e não nega) que a morte nos aguarda. Mas são poucos os que vivem o dia-a-dia à luz dessa realidade. Crianças não entendem o que é, jovens pensam que isso não acontece com eles e adultos pra cima passam o tempo evitando que ela chegue. Porém, não tem jeito. Ninguém sabe quando, mas ela vem para todos.

Portanto, até lá, temos que lidar com a realidade da morte e nos perguntar:

#1) Eu estou pronto? Essa pergunta é do tipo “sim” ou “não”. Jogo rápido. Ou você está ou você não está. Se você disse “sim”, siga para a pergunta #2. Se você disse “não”, busque entender o que Jesus falou para um camarada chamado Nicodemos no Evangelho de João capítulo 3 na Bíblia. O novo nascimento é requisito para responder “sim” para essa pergunta.

#2) Enquanto ela (a morte) não chega, eu vivo uma vida que vale a pena?

Lembre-se do seu Criador nos dias da sua juventude, antes que venham os dias difíceis e antes que se aproximem os anos em que você dirá: “Não tenho satisfação neles” (Eclesiastes 12.1)

Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Salmo 90.12)

O sábio vai fazer valer, mas o tolo vai simplesmente perecer.

“A nível de”

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Lenço para o Crocodilo

Ontem, refletimos sobre a diferença entre o arrependimento genuíno e um remorso qualquer. Reconheço que o post foi simples e incapaz de lidar com as diversas ramificações que o assunto traz. Mas, nem por isso deixa de ser relevante. O ponto era apenas colocar uma pulga atrás da orelha de crocodilos (se é que você me entende...): lágrimas desprovidas de mudança de atitude são vazias.

Mas, o que fazer com o crocodilo chorão? Há esperança para ele? O crocodilo precisa de um lenço e hoje vamos ajudá-lo a enxugar as lágrimas, levá-lo a reconhecer porque está chorando e quem sabe conduzi-lo a produzir lágrimas que levam a uma mudança de atitude genuína.

O choro pode não ter sido fruto de um arrependimento genuíno, mas é real. Parte de viver a vida “a nível de” cristianismo verdadeiro é alinhar suas lágrimas com as lágrimas de Deus. E nesse caso, o crocodilo precisa enxergar que seu choro não é fruto da tristeza causada pelo pecado, mas porque “abriu a boca demais”. As vezes, ele nem sabe disso. Chora porque as consequências doem ou porque não conseguiu o que quer.

É importante “reconhecer a razão real do seu choro.” Vergonha, medo das consequências, perda de aprovação, etc não são as causas das lágrimas de Deus. São lágrimas de crocodilo. Vem de gente que virou vítima da própria armadilha. O livro de Provérbios descreve bem os gemidos de quem sofre consequências do próprio pecado:

8 Fique longe dessa mulher;

não se aproxime da porta de sua casa,

9 para que você não entregue aos outros

o seu vigor nem a sua vida a algum homem cruel,

10 para que estranhos não se fartem do seu trabalho

e outros não se enriqueçam à custa do seu esforço.

11 No final da vida você gemerá,

com sua carne e seu corpo desgastados.

12 Você dirá: “Como odiei a disciplina!

Como o meu coração rejeitou a repreensão!

13 Não ouvi os meus mestres

nem escutei os que me ensinavam.

14 Cheguei à beira da ruína completa,

à vista de toda a comunidade”. (Pv 5.8-14)

Note o remorso do insensato no versículo 12. Preso por sua própria insensatez, ele geme em meio a dor das consequências. Infelizmente, nem todo mundo aprende na dor. O insensato pode voltar para a própria insensatez, “como o cão volta ao seu vômito” (Pv 26.11). Mas felizmente, o insensato pode ser sábio pelo temor do Senhor (Pv 1.7). O temor do Senhor ajuda o insensato a reconhecer quem ele é diante de quem Deus é. Só assim que aprende a “reconhecer a gravidade do pecado”. Quando isso acontece, não chora mais por causa da dor das consequências, mas porque desagradou a Deus. Então, o processo deixa de ser centrado nele mesmo, mas passa a ser definido por Deus e por meio dEle. Nesse caso, as lágrimas são fruto desse reconhecimento.

Foi o que aconteceu com Davi. Veja o Salmo 51 como o arrependido busca em toda a sua confissão a vontade de Deus. Pronto para sofrer as consequências, o salmista clama misericórdia porque reconheceu a gravidade do pecado. Diante disso, ele passa então “a reconhecer a graça de Deus”. E isso é evidenciado numa boca cheia de louvor e num coração alegre cheio da graça de Deus.

Portanto, se o seu choro é por consequências, pare tudo. Reconheça que seu pecado é contra Deus. Reconheça a graça de Deus pela provisão em Cristo Jesus. E motivado pelo perdão, cresça.


"A nível de"

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Lágrimas de Crocodilo

Veja o que achei na internet (wikipédia sempre mão na roda): "a expressão popular derramar lágrimas de crocodilo, usada para dizer que alguém chora sem razão ou por fingimento, surgiu de um fato real que acontece com os crocodilos. Quando o animal come uma presa, ele a engole sem mastigar. Para isso, abre a mandíbula de tal forma que ela comprime a glândula lacrimal, localizada na base da órbita, o que faz com que os répteis lacrimejem."

Você acha que alguém precisa chorar no processo de genuíno arrependimento? Será que o arrependimento está baseado na quantidade de lágrimas derramadas? Em outras palavras, será que "a nível de" arrependimento o choro é elemento fundamental?

Não quero sequer sugerir que o choro não poder fazer parte do processo de genuíno arrependimento, mas acredito que as lágrimas não são a evidência principal do processo de mudança de mente. Dê uma olhada em duas passagens que falam sobre os frutos do arrependimento e do remorso.

ARREPENDIMENTO. "A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte. Vejam o que a tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que desculpas, que indignação, que temor, que saudade, que preocupação, que desejo de ver a justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito." (2 Co 7.10)

REMORSO. "Quando Judas, que o havia traído, viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso e devolveu aos chefes dos sacerdotes e aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. E disse: 'Pequei, pois traí sangue inocente.' E eles retrucaram: 'Que nos importa? A responsabilidade é sua?' Então Judas jogou o dinheiro dentro do templo e, saindo, foi e enforcou-se." (Mateus 27.3-5)

Note bem o contraste dos dois textos. No primeiro, o bom exemplo da igreja em Corinto. Os caras se arrependeram e a prova disso foi uma mudança de atitude. No segundo, o remorso de Judas. O cara ficou deprê, jogou as moedas no templo e resolveu fazer justiça com as próprias mãos (se enforcou).

Quais foram as evidências que demonstraram tristeza segundo o coração do Senhor? MUDANÇA DE MENTE, DE ATITUDE e até mesmo DE AFEIÇÃO. Isso é arrependimento. A presença de lágrimas é elemento secundário.

Não se engane e não se deixe enganar. Pode chorar, pode espernear e até mesmo soluçar. Mas se não mudou de mente e de atitude... é crocodilo.

"A nível de"

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

"Vai tomar banho"

O brasileiro é mundialmente conhecido pelos banhos diários. Isso porque o banho de todo dia não é uma prática mundial e de todas as culturas. Porém, pouca gente sabe de onde vem esse costume.

O banho de todo dia é uma das heranças indígenas na cultura brasileira. Quando colonizadores chegaram no Brasil, ficaram admirados com a formosura e limpeza dos nativos da terra onde canta o sabiá. Dizem que alguns índios tomavam até 10 banhos por dia. Aos poucos, colonos portugueses adotaram a prática do banho nosso de cada dia. Então, o Brasil se tornou uma nação onde se toma de 1 a 2 banhos diários. Haja sabonete.

"A nível de" limpeza espiritual, esquecemos muitas vezes a importância do "banho confessional". Com a correria do dia-a-dia, os conflitos mal resolvidos, as palavras tortas e os pensamentos desalinhados somam pecados à lista de itens a serem confessados e tratados.

Nem todo mundo toma o tempo necessário para o "banho confessional". Estamos esquecendo que a limpeza do coração garante a formosura do caráter. Deixe-me fazer algumas perguntas para ajudá-lo a entender o que digo com "banho confessional". Quando foi a última vez que você parou para reavaliar a qualidade de seus relacionamentos, discursos e pensamentos? Quando foi que tomou o tempo para reconhecer diante do Santo Deus que suas ações, palavras e pensamentos não estavam de acordo com os imperativos bíblicos? Quando foi a última vez que tomou a atitude de procurar alguém para restaurar um relacionamento como fruto de genuíno arrependimento? Quando foi a última vez que pensou e se esforçou para substituir palavras que destroem por palavras que transformam? Aliás, você está ocupando sua mente com aquilo que é verdadeiro e de valor?

Não estou falando do "chororo" de lágrimas de crocodilo, mas de um processo caracterizado pela mudança de mente, possível somente pelo poder do Espírito Santo através de Sua Palavra.

Pense nisso. "E vai tomar banho!"

"A nível de"

Uniforme Escolar

Estudei numa escola que não tinha uniforme escolar. Depois, meus pais me transferiram para uma escola em que o uso do uniforme escolar era obrigatório. Todo mundo de calça azul e blusa branca. Alguns uniformes eram mais surrados que os outros, mas todo mundo vestia igual. As exceções eram aqueles que tinham joelheira de couro na calça para cobrir os rasgos da "pelada do recreio".

Não é difícil concluir que o uso do uniforme não tornava alguém aluno da escola. Mas aluno da escola vestia o uniforme. Inevitavelmente, o uniforme era a marca mais óbvia e visível de quem pertencia à nossa escola. A ausência do uniforme era normalmente punida por advertências, bilhetinhos na agenda, etc. Sem contar que o inspetor do portão barrava os alunos "a paisana" para um papinho com o diretor. Doces memórias.

"A nível de" cristianismo, acho que podemos ilustrar as virtudes do caráter cristão como o uso do uniforme escolar. Quem pertence a escola veste o uniforme. E quem pertence a Jesus desenvolve as virtudes cristãs, processo claramente descrito em 2 Pedro 1:10-11 (no contexto da lista das virtudes):

"Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês, pois se agirem dessa forma, jamais tropeçarão e assim vocês estarão ricamente providos quando entrarem no Reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo"

Desenvolver as virtudes cristãs confirma a identidade do cristão. Quem assim não faz, parece viver debaixo da ilusão de que a salvação é simplesmente uma passagem para o céu. Acho que esse ainda não entendeu a "razão do seu chamamento".

Pense nisso. Não somos salvos pelas obras, mas certamente fomos salvos para viver as obras, a marca da eleição. Que o inspetor celestial não nos chame para um papinho na sala do diretor. Vista o seu uniforme da fé, virtude, conhecimento, domínio próprio, perseverança, piedade, fraternidade e do amor.

"A nível de"

sábado, 7 de novembro de 2009

Microvestido Banido

"A nível de" expulsão da faculdade, a decisão de banir a aluna Geyse Arruda do corpo de alunos da UNIBAN ainda vai dar o que falar. Para quem não sabe ou não ouviu, uma aluna da UNIBAN foi hostilizada por centenas (sério, "centenas") de estudantes na noite de 22 de Outubro como reação ao seu microvestido vermelho. Dizem todos que a situação não era evento isolado, mas hábito da figura.

Obviamente, vamos ouvir de tudo. Vai ter gente que vai concordar. "Onde já se viu se vestir daquele jeito para ir à faculdade?" Vai ter que gente que vai discordar. "Onde ficam os direitos de vestir e despir?" Seja como for, vivemos dias interessantes. A desopinião pública e a decadência do bom-senso vão tornar situações como essas impacto de notícia nacional cada vez mais frequentes.

A verdade é que o mundo clama por orientação de valores, mas a "a nível de" moral, a única coisa que enxergam é que a sociedade continua vivendo uma filosofia já conhecida na praça, "cada um fazia o que lhe parecia certo." (Juízes 21:25)

Geyse e alunos da UNIBAN, espero que a moral que conduz vossas ações e reações deixe de ser como de quem não tem Rei.

"A nível de"

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

bem-vindo

Esse blog foi criado para você que já se sentiu com vontade de dizer algo, mas sem conseguir verbalizar nada, usou a famosa expressão "a nível de..."

Nesse espaço irei compartilhar pensamentos randômicos "a nível de" cotidiano.

Espero que vocês gostem.

Abraço,