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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Crescendo no temor do Senhor

[série baseada no livro de Provérbios 1-9]

Terminanos nosso primeiro estudo de Provérbios com o seguinte versículo, “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina” (Provérbios 1.7). De uma certa forma, o versículo relaciona o temor do Senhor com o ganho de sabedoria. Podemos até mesmo colocar da seguinte forma, “para ser sábio, basta crescer no temor do Senhor.” Então, lembramos da definição sugerida para o temor do Senhor como “a atitude prática adequada e resultante do entendimento de quem somos diante de quem Deus é”. Bingo! É isso, assunto resolvido! Ah... bom seria se tudo fosse tão simples assim, não é mesmo?! Bom seria se tivéssemos uma fórmula mágica para ganhar sabedoria, de preferência algo sem dor e que não nos custasse nada. Mas a verdade é que entender e viver o temor do Senhor não funciona bem assim. Não existe uma fórmula mágica para ganharmos sabedoria. Porém, Provérbios não nos deixa sem orientação em como crescer no temor do Senhor. O que temos em Provérbios é melhor que o mito da “prece poderosa” e que qualquer unção milagrosa de $ 5,00.

Provérbios 2 nos orienta em como entender e crescer no temor do Senhor. Nos primeiros versículos desse capítulo (vv. 1-4), encontramos 8 sentenças condicionais que indicam quem somos, o que devemos apreciar, a quem devemos escutar, o que devemos pedir e onde devemos colocar nossas energias. O capítulo lida com essas perguntas colocando à nossa disposição um par de lentes para começar a interpretar o mundo de forma sábia. Os versículos seguintes descrevem a ação do temor do Senhor na vida de alguém e as bênçãos sobre aqueles que entenderam que a sabedoria é muito mais um estilo de vida que um estado. Hmmmm... muito mais um estilo de vida que um estado?” Ou seja, enquanto vivemos debaixo dos céus, viver uma vida sábia é uma jornada sem chegada! Portanto, viva essa jornada com os ouvidos abertos para escutar a Senhora Sabedoria. Vamos ao texto:

“1. Meu filho, se você aceitar as minhas palavras e [se] guardar no coração os meus mandamentos;” [Quem somos? O que devemos apreciar? Somos criaturas carentes do conselho divino, gente que precisa aceitar as palavras de sabedoria. “Aceitar” envolve reconhecer que precisa de algo que não tem: “Alguém sabe algo que eu não sei.” Admitir isso envolve humildade diante de Deus para dizer que Ele sabe tudo e nós não. Humildade é uma disposição de coração necessária para uma vida de sabedoria. E são justamente os conselhos de Deus que devemos guardar e apreciar ao máximo. A Palavra de Deus é o tesouro daqueles que entenderam a dura realidade da vida.]

“2. se der ouvidos à sabedoria e [se] inclinar o coração para o discernimento;” [Nesse mundo cheio de barulho e opiniões, a quem você irá dar ouvidos? Você irá ouvir o que a Palavra de Deus diz ou você irá ouvir opiniões humanas acerca do mundo? Sintonize seus ouvidos para ouvir e obedecer a Palavra de Deus. Incline seu coração (pensamentos, desejos e emoções) em direção à sabedoria. É nela que encontramos o que realmente precisamos para viver o mundo de acordo com a ordem do Criador.]

“3. se clamar por entendimento e [se] por discernimento gritar bem alto,” [Eu não acredito que esse versículo está falando de um simples pedido casual. O texto usa “clamar”! Estamos falando de alguém que entendeu que não tem os recursos que precisa para viver a vida. Ele está clamando por “socorro”! Você já viu alguém pedindo socorro em um momento de perigo real? Todas as suas energias estão voltadas para chamar a atenção de alguém que pode ajudá-lo. Quando foi a última vez que clamou por sabedoria entendendo que você simplesmente não sabe viver a vida?]

“4. se procurar a sabedoria como se procura a prata e [se] buscá-la como quem busca um tesouro escondido,” [Para onde você tem investido suas energias? Qual é o seu tesouro? “Jesus e a Bíblia.” É mesmo? Ou será esse mais um cliché evangélico que soltamos sem pensar? Faça um teste. Onde você gasta a maior parte do seu tempo? Onde ficam seus pensamentos? Sonhos? Onde você gasta seu dinheiro? E suas energias? Seu real tesouro irá consumir a maior parte do seu tempo, seus pensamentos, seu dinheiro e suas energias. Então, você realmente busca a sabedoria como a prata e um tesouro escondido?]

“5. Então você entenderá o que é temer o Senhor e achará o conhecimento de Deus.” [ENTÃO... só ENTÃO... depois de aceitar o fato que você não sabe o que deveria saber, que precisa da Palavra de Deus, de inclinar seus ouvidos e coração à sabedoria divina, clamar por socorro entendendo que precisa de ajuda, e investir na sabedoria como seu real tesouro... aí sim, você entenderá o temor do Senhor.]

Não é à toa que muitos estão longe de entender o temor do Senhor. Falta a atitude de Provérbios 2.1-4 para entender e viver o temor do Senhor. Sabedoria não é uma habilidade desassociada de um relacionamento frutífero com Deus e orientado por Sua Palavra. Infelizmente, esquecemos de crescer nessa atitude e reduzimos a sabedoria divina a um conjunto de regras, princípios e métodos que são frios e desprovidos desse relacionamento íntimo com Deus. Pense nisso, “a nível de” temor do Senhor, começamos com uma atitude adequada diante da realidade de quem somos e quem Deus é.

“A nível de”

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

"Ei, tolo, seus problemas acabaram..."

[série baseada no livro de Provérbios 1-9]

Você já fez algo que se arrependeu profundamente? ...aquela decisão que custou caro demais? Fica até vermelho em lembrar e bate aquele sentimento de que você é o mais tolo dos tolos, alguém simples de julgamento, incapaz de filtrar informações e transformá-las em boas decisões. Bom, a verdade é que todos nós já nos encontramos nesse barco. Decisões ruins fazem parte de viver a vida em um mundo caído e ainda influencidado pelo pecado. No entanto, a Palavra de Deus não nos deixa sem orientação nessa situação. Aliás, o livro de Provérbios foi escrito com o objetivo de dar sabedoria aos tolos, para que eles deixem de ser tolos e se tornem sábios. E melhor, o livro de Provérbios não só promete sabedoria para as decisões da vida, como também apresenta a sabedoria como um estilo de vida para aqueles que temem a Deus. O livro de Provérbios é um manual de “teologia prática” relacionado a diversas categorias da vida: quem somos, relacionamento com Deus e com os outros, tentações, uso da língua, ética no trabalho, etc. Graças a Deus, o livro de Provérbios torna a sabedoria disponível a todos que querem ouvi-la.

Veja a própria introdução do livro de Provérbios, capítulo 1: “1. Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel...”

“2. Eles ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento;” [O texto menciona que os provérbios irão guiar o leitor para experimentar a sabedoria. Mas o que é essa sabedoria? O livro de Provérbios indica que a sabedoria é uma habilidade para viver o mundo de Deus de acordo com a ordem de Deus. Deus criou o mundo com uma ordem natural, onde existem relacionamentos de causa e efeito que afetam a todos. A sabedoria de Deus é essa habilidade para viver de acordo com essa ordem. O versículo também indica que a sabedoria não é algo automático, mas que é adquirido com disciplina. Não é algo místico e subjetivo, mas é algo real e associado com a Palavra de Deus. Provérbios é um livro que nos ajuda a sermos menos tolos e mais sábios. O livro é contruído de tal forma que nos ajuda a criar uma mentalidade capaz de discernir o certo do errado, sem a confusão entre falso e verdadeiro que existe por aí.]

“3. a viver com disciplina e sensatez, fazendo o que é justo, direito e correto;” [A sabedoria prometida no livro de Provérbios afeta todos os nossos círculos de relacionamentos e em todas as circunstâncias. Afeta como entendemos nosso relacionamento com Deus, diferentes entidades e nossa comunidade mais próxima.]

“4. ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens.” [Fantástico! Há esperança para a tolice comum dos inexperientes e jovens. A sabedoria de Deus tem conteúdo suficiente para nos ajudar a desenvolver prudência e uma clara percepção da realidade. O livro de Provérbios fornece instrução para deixarmos de ser andarilhos sem rumo. Aqui, existe uma forte ênfase na internalização do princípio. Ou seja, Provérbios não é uma lista de fatos ou conhecimento histórico, mas princípios internalizados no coração que se manifestam no dia-a-dia.]

“5. Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação” [Característica dos sábios: capacidade de ouvir a sabedoria! O sábio é alguém que ouve, pondera e cresce. Esse é um ponto prático muito importante. Pense aí, você é alguém que ouve? Pondera? Busca na Palavra a sabedoria para a vida?]

“6. para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios.” [Bom, alguns provérbios são difíceis de entender. Alguns mais parecem pérolas dentro de uma concha colada. Mas quando finalmente entendemos sua praticidade, seus efeitos são permanentes.]

“7. O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina.” [E onde a sabedoria começa? No temor do Senhor! E o que é isso? Bom, o livro de Provérbios descreve o temor do Senhor, mas não o define. Porém, o livro de Provérbios parece indicar que o temor do Senhor é a atitude prática adequada ao entendimento de quem somos diante de quem Deus é. Por exemplo, quando temo ao Senhor (i.e. entendo quem sou diante de quem Deus é), “...odeio o orgulho e a arrogância, o mau comportamento e o falar perverso.” Provérbios 8.13]

Sendo assim, “você é um tolo? Seus problemas acabaram...” “A nível de” sabedoria, é possível crescermos através do estudo da sabedoria. Graças a Deus, temos um guia eficaz em nos orientar na vida. Leia Provérbios.

“A nível de”

[Quinta-feira retomamos nosso estudo no livro de Provérbios, se Deus quiser]

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

a-nívelD Semana 5

Essa semana no blog...

-Segunda. Lembramos da fragilidade humana. Somos todos pó e para o pó voltaremos. Vimos que a esperança de seres humanos em pó está na eternidade do amor divino. Há esperança para o ser humano frágil porque o eterno Deus tem um amor fiel.

-Terça. Estudamos o conceito do coração humano. Muita gente fala do coração, mas nem todo mundo entende sua definição bíblica: o centro de controle do homem. No coração, pensamos, sentimos e desejamos.

-Quarta. Vimos onde está a força do fraco. Quem nunca se sentiu fraco e desanimado? Em nossa fraqueza, encontramos a força na graça abundante de Cristo!

-Quinta. Contestamos um entendimento comum do “tudo posso naquele que me fortalece”. Espero que tenha ficado claro a esperança que existe em entender esse verículo (Fl 4.13) em seu contexto. Em Cristo, podemos nos regozijar debaixo de qualquer circunstância.

-Sexta e Sábado. Contrastamos dois grupos extremos, o pessoal do “não pode” e o pessoal do “liberô geral”. A idéia era mostrar como que extremos desequilibrados e não centralizados na pessoa de Cristo levam a padrões éticos e morais desregulados. Um grupo acha que não pode nada e outro que pode tudo. E Cristo e sua ética? Onde ficam?

Bom, essa semana, entramos com uma série diferente. Iremos estudar o livro de Provérbios com foco nos capítulos 1 a 9. Porém, entramos num outro ritmo de posts. Ao invés de lançarmos um post por dia, iremos fazer três vezes por semana. Espero que isso ajude a facilitar mais interação entre o blogueiro e o leitor. Mas fique a vontade de discordar, esse blog é totalmente aberto a sugestões.

Enfim, vamos nos falando... e não se esqueça de interpretar a vida “a nível de” cristianismo. Nossa fé é real e prática!

Abraço,

“A nível de”

sábado, 12 de dezembro de 2009

O pessoal do "liberô geral"

Ontem, vimos como a Supremacia de Cristo coloca nossas regras e padrões de conduta na perspectiva correta. Vimos que qualquer tentativa de construir regras humanas para crescer na santificação é aparência de sabedoria, mas falsa humildade e sem valor algum. Vimos que a própria Supremacia de Cristo nos dá o foco necessário para viver a vida terrestre com os olhos nos céus. Porém, existe o outro lado que precisamos nos guardar também, a ideologia do “liberô geral”!

As idéias pré-Gnósticas também levaram alguns ao desprezo por qualquer responsabilidade ética ou moral. Foram essas idéias que incentivaram a libertinagem ética, onde tudo é permitido e válido. E, assim como hoje, isso tomou várias formas na época dos apóstolos. Tinha gente que enfatizava o “conhecimento” sobre todas as coisas, mas desassociava o “conhecimento” da pessoa de Cristo. Era um misticismo recheado de termos cristãos que levou centenas de pessoas a viverem como “inimigos da cruz de Cristo.” Sobre esse tipo de “teólogos”, Paulo afirmou que “o destino deles é a perdição, o seu deus é o estômago e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas.” (Filipenses 3.19) Ou seja, era gente que vivia guiado tão somente por amor ao mundo e o que nele há.

O apóstolo Pedro também lidou com alguns do time do “liberô geral”. Em sua segunda epístola, Pedro exorta seus leitores com base em dois tipos de lembretes, teológico e ético. O ensino errado das idéias pré-Gnósticas tinha influência ética. Era mais um exemplo da importância de um ensino sólido para um comportamento coerente com o Evangelho. Por exemplo, os pré-Gnósticos ensinavam que não haveria uma Segunda Vinda de Cristo e zombavam do ensino dos profetas com relação a esse assunto. Então, Pedro lembrou seus leitores que a Palavra de Deus é verdadeira e digna de confiança (2 Pedro 1.19-21; 3.1, 2) e que a Segunda Vinda de Cristo é uma realidade (2 Pedro 3.8-10). Viver uma vida de libertinagem ética é desprezar a realidade da Segunda Vinda de Cristo e que Sua Palavra não tem crédito. Mas muita gente viveu assim e muita gente ainda vive assim: “17. Esses homens são fontes sem águas e névoas impelidas pela tempestade. A escuridão das trevas lhes está reservada, 18. Pois eles, com palavras de vaidosa arrogância e provocando os desejos libertions da carne, seduzem os que estão quase conseguindo fugir daqueles que vivem no erro. 19. Prometendo-lhes liberdade, eles mesmos são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina.” (2 Pedro 2.17-19)

Note bem essa descrição acima. São pessoas que abraçam a “intelectualidade” desassociada da pessoa de Cristo. O resultado é uma confusão moral e uma religião subjetiva, sem certos ou errados. Gente que promete a liberdade, mas vive em escravidão do pecado. São pessoas que acreditam que pensam com o cérebro, mas vivem de acordo com o estômago. “Puxa, pega leve!” Mas não sou eu! Veja o que Pedro fala sobre eles... “ignorantes e instáveis torcem [os ensinos do apóstolo Paulo, vide versículos anteriores], como também fazem com as demais Escrituras, para a própria destruição deles.” (2 Pedro 2.16) O assunto é sério e precisamos desse alerta. Longe de nós vivermos padrões humanos para alcançar a santidade (como alguns em Colossos)... e longe de nós desprezar a moral do Cristianismo.

Sim, a Palavra de Deus nos ensina uma conduta agradável a Deus sobre nossa língua (Efésios 5.25 e 29); nossa sexualidade (1 Coríntios 7.1-8; 1 Tessalonicenses 4.1-8); nossa modéstia (1 Timóteo 2.9; 1 Pedro 3.1-5); nossos deveres conjugais (Efésios 5.22-33 ; 1 Pedro 3.1-7); etc. A Palavra de Deus não se cala com relação a nossa responsabilidade ética e somos chamados a viver uma vida santa. Quem tem um discurso diferente ainda não entendeu o Evangelho.

“17. Portanto, amados, sabendo disso, guardem-se para que não sejam levados pelo erro dos que não têm princípios morais, nem percam a sua firmeza e caiam. 18. Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, agora e para sempre! Amém. (2 Pedro 3.17, 18)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O pessoal do "não pode"

Alguns dias atrás, meditamos sobre 4 princípios da liberdade cristã. O objetivo NÃO era dar a palavra final sobre o assunto ou reduzir a liberdade cristã a 4 pontos. Pensar assim diante da riqueza da Palavra de Deus seria muito inocente. Hoje, voltamos a um conceito que tem implicações práticas em nossa liberdade cristã. O texto que iremos meditar nos desafia a entender como a Supremacia de Cristo sobre todas as coisas nos ajuda a colocar o exercício da liberdade cristã na perspectiva correta.

Não muito diferente da ocasião que vivemos, o nascimento do cristianismo foi marcado pela propagação de várias idéias estranhas à essência do Evangelho. Durante o período dos apóstolos, foram espalhados ensinos contrários à mensagem genuína de nossa fé que contaminavam a pureza da Igreja. E foi nesse contexto que muitas das epístolas do Novo Testamento foram escritas, reafirmando a genuína mensagem do Evangelho. O conjunto de idéias mais comum dessa época foi o que daria origem no segundo século ao Gnosticismo. Essas idéias do pré-Gnosticismo se manifestavam em dois extremos: rigor ascético ou libertinagem ética. Na prática, o primeiro é traduzido em uma série de regras de conduta que prometiam “santidade”, era o pessoal do “não pode”. O segundo era justamente o contrário, era o pessoal do “liberô geral”. Ambos os casos eram resultados de uma idéia bem equivocada do Evangelho, misturando idéias humanas à mensagem divina.

Ao que tudo indica, a igreja de Colossos foi afetada justamente pela corrente de idéias pré-Gnósticas que enfatizavam o rigor ascético; regras para isso, regras para aquilo, etc. Paulo exorta claramente, “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.” (Colossenses 2.8)

Não muitos versículos depois, veja o que o texto bíblico fala sobre regras que procuram tomar o lugar de Cristo no Evangelho: “20. Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras: 21. “Não manuseie!” “Não prove!” “Não toque!”? 22. Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos. 23. Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” (Colossenses 2.20-23)

Ainda hoje, é comum a criação de regras para fundamentar a santidade e a posição de alguém diante de Deus. São regras que não estão baseadas na pessoa de Cristo, mas em preferências ditas doutrinárias ou comportamentais. São “cristãos” que professam seus credos pessoais e não a Supremacia de Cristo. São pessoas associadas ao cristianismo que viram guardiões da própria moral. Não entendem como a Supremacia de Cristo produz devoção ao Salvador e não o zelo por regras pessoais (e não bíblicas). Enfim, aqueles que exibem cara de quem chupou limão sem açúcar precisam entender que ressuscitamos em Cristo. Agora, procuramos “...as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus.” Portanto,2. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas.” (Colossenses 3.1, 2)

Bom, diante da Supremacia de Cristo sobre nossas regras pessoais de espiritualidade, temos que nos guardar de alguns extremos. Talvez você esteja pensando que finalmente achou a base bíblica para fazer o que quiser e nenhum cara de limão vai te impedir. Cuidado! Estamos falando que a Supremacia de Cristo (veja Colossenses 1.15-20) anula nossas regras como base de santidade. Não estamos falando que não existem mandamentos do Supremo Cristo que impactam nossa forma de viver! E amanhã, iremos ver como o apóstolo Pedro responde ao pessoal do “liberô geral”.

Pense nisso. A simplicidade da nossa fé no Supremo Cristo muda a base de nossa santidade. Não é o que você deixa de fazer que o torna mais santo...

“A nível de”

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

"Então, eu posso tudo?!" Pera aí...

Você tem Jesus? Então, você pode todas as coisas!” Já ouviu idéias baseadas nessa frase? Tem até mesmo base bíblica, “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Então, o trabalho está difícil? Lembre-se, você pode tudo em Jesus. Tá cansado? Lembre-se, você pode tudo em Jesus. Você é fraco? Lembre-se, você pode tudo em Jesus. Etc.

Bom, o objetivo da reflexão de hoje é trazer equilíbrio para o que pensamos ontem no post “a força do fraco”. Depois de lembrarmos que nossa força está em Cristo, temos que nos perguntar o propósito dessa força e o que fazemos com ela! Deixa eu sugerir alguns exemplos de como podemos aplicar de forma equivocada nossa força em Cristo. Se você é um aluno que não estuda para a prova e clama “Tudo posso naquele que me fortalece”, você é um preguiçoso que usa o texto bíblico como máscara para o seu pecado. Se você é um trabalhador que busca nesse versículo um disfarce para sua incapacidade técnica, bom, tenho que dizer que você está confundindo o que o texto está dizendo com sua necessidade em continuar crescendo na sua profissão. E se você está frustrado com Deus porque Ele não cumpre Sua promessa que irá te fortalecer em tudo, e não consegue tirar um 10 na prova ou ser promovido no trabalho, bom você ainda não entendeu que força é essa e para o que Deus nos confiou sua força! Veja bem, não quero ser insensível às suas frustrações como estudante, trabalhador, mãe, pai, membro de igreja, etc. Muito pelo contrário, quero sugerir a você que quando entendemos “Tudo posso naquele que me fortalece” dentro do seu contexto, encontramos a real esperança para nossas frustrações nos estudos, trabalho, tarefas domésticas ou qualquer outra atividade que revela nossa fragilidade.

Veja o que o contexto imediato da passagem diz: “10. Alegro-me grandemente no Senhor, porque finalmente vocês renovaram o seu interesse por mim. De fato, vocês já se interessavam, mas não tinham oportunidade para demonstrá-lo. 11. Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. 12. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. 13. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Filipenses 4.10-13)

Note bem a seqüência lógica do texto antes de dizer “tudo posso naquele que me fortalece”!

(i) A razão de sua alegria é o Senhor, v. 10;

(ii) No Senhor, você pode aprender a se adaptar em qualquer circunstância, seja ela muito boa ou muito ruim, v. 11;

(iii) Em Cristo, você pode passar por qualquer circunstância (com alegria), v. 13!

Então, quando você não tira 10 na prova e não consegue a promoção que tanto queria, “Você pode tudo naquele que te fortalece”. É no meio das adversidades que só o cristão pode encontrar alegria no Senhor, porque Cristo o fortalece.

Ou, você realmente tira 10 na prova e vira o próximo Bill Gates, “Você pode tudo naquele que te fortalece”. É no meio das bênçãos e abundância que só o cristão pode encontrar alegria no Senhor, porque Cristo o fortalece.

Quanta esperança existe em entender de onde vem nossa força para enfrentar as circunstâncias. Quanta esperança existe em entender que as circunstâncias são apenas o palco onde mostramos que nossa força vem do Senhor. É nas situações extremas que a força que vem do Senhor se torna evidente em nossas vidas. Sempre para a honra e glória do nome dEle. Pense nisso... você pode se alegrar em meio a qualquer circunstância. Que Deus nos abençoe nessa tarefa...

“A nível de”

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A força do fraco


Sério, você já teve dias em que pensou que não iria agüentar dar mais um passo sem cair no chão? Ou dias em que não saberia como reagiria se mais uma notícia ruim chegasse? Ou dias em que se chegasse mais um e-mail com um pedido do seu chefe você teria que pensar sete vezes antes de jogar a toalha e cair no chão numa mistura de pânico e frustração. São aqueles dias em que a vida mais parece uma pilha de problemas que uma viagem garantida à cidade celestial. Se o destino é o céu, por que peregrinamos com tanto cansaço? Se Deus é nossa fortaleza, por que nos sentimos como soldadinhos de chumbo num castelo de areia? Em outras palavras, onde o fraco encontra sua força? Será que nossa única esperança é ler livros de auto-ajuda ou buscar músicas de efeito inspirativo: “O tema da vitória” do Ayrton Senna, “Eye of the Tiger” do filme do Rocky, etc; músicas que inspiram um ânimo da mesma autonomia que a reserva de gasolina de uma mobilete. Graças a Deus, Sua Palavra nos instrui em encontrar força em meio a fraqueza. Graças a Deus que a fonte de nossa força é externa a nós mesmos e disponível a todos aqueles que pertencem ao povo de Deus.

Vamos dar uma olhada em como o apóstolo Paulo entende e aplica alguns princípios relacionados à força do cristão. Observe a perspectiva que ele coloca no assunto enquanto buscamos extrair alguns princípios para nos guiar a entender onde está a força do fraco.

“25. Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem. 26. Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos ; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. 27. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes.” (1 Coríntios 1.25-27)

Do trecho acima, entendemos que a força do cristão é medida de forma diferente dos padrões do mundo. Nossa força não está relacionada à nossa capacidade em obter resultados. Na verdade, nossa força está relacionada aos nossos fracassos! “O queeeeeee?” Sim, nossa força está relacionada ao nosso potencial em fracassar. Quando todos vêem nosso potencial de falhar é que encontramos força. Quando todos vêem que somos loucos, é que somos sábios. Pois é na nossa fraqueza e na nossa loucura que a força e a sabedoria divinas se tornam evidentes. Deus tem prazer em revelar Sua glória em nossa debilidade, e isso Ele também faz para nosso benefício. Você está esgotado(a)? Bom, esse é o contexto ideal para Deus mostrar Sua força em você.

“13. Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes. 14. Façam tudo com amor.” (1 Coríntios 16.13, 14)

No final da primeira carta aos Coríntios, Paulo exorta seus leitores (e a nós) a serem fortes. Agora, nós já sabemos que força que ele está falando. Não é uma força baseada na auto-determinação, mas uma froça baseada na Cristo-determinação. Em meio aos problemas e inúmeras distrações do dia-a-dia, o cristão encontra sua força, seu descanso e sua motivação em Cristo. E o cristão encontra no amor de Deus, demonstrado aos que estão ao seu redor, o modo em que manifesta sua força. “Façam tudo em amor.” Isso é melhor que qualquer frio na barriga que você sente ao escutar “O tema da vitória” ou assistir o Rocky Balboa treinando para enfrentar sua luta final.

E Paulo continua, veja como o princípio se aplica em meio às difíceis circunstâncias em que o apóstolo passou. Paulo estava sendo atormentado por um misterioso espinho na carne. Pediu para Deus aliviar e eis a resposta divina:

“9. Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim. 10. Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte.” (2 Coríntios 12.9, 10)

A força do cristão não é revelada no meio de um resort espiritual. Eu gostaria muito de dizer o contrário, mas não é quando tudo está bem que somos fortes e estamos “bem na fita.” Mas é no meio das dificuldades e provações que nossa força se faz evidente. Quando reconhecemos que o poder não está em nós é que encontramos a força na graça de Deus. O assunto é tão claro que Paulo ainda tem a audácia de se regozijar nas fraquezas, tribulações, necessidades, tribulações... enfim, nossa fé é coisa de maluco. Na fraqueza, somos fortes! Pessoal, Deus vai na frente dos cansados, incompetentes e fracassados em potencial. E na caminhada, evidencia nesse grupo de “malucos” a sua força. E assim, toda a honra e glória sempre ao nome dEle! Tá cansado?! “A nível de” cristianismo, é em Cristo que encontramos nossa força. E aí dizemos, quando sou fraco é que sou forte.

“A nível de”

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

O que é o coração...?

Aqui e ali nesse blog, fazemos referência ao coração; “...purificando os nossos corações”; “o coração é enganoso”, etc. Mas você já parou para pensar no que é o coração? Quando nos referimos ao termo coração, do que estamos falando? Que parte do homem está em discussão? Será essa uma referência às emoções? Aos nossos desejos? Pensamentos? Aliás, o que você quer dizer com “Jesus mora no meu coração”? Já tentou explicar isso para uma criança de 3 anos? E a resposta comum da criança é “mas Jesuis naum cabe ni mim”! E o que você disse? Que saia justa, hein?! Tudo isso é fruto da confusão que existe em entender a diferença entre o conceito de coração na Bíblia e o desenho do seu último cartão do dia dos namorados (vide foto).

Então, quero propor uma definição de coração que irá nos ajudar em nossa caminhada para entender a vida “a nível de” cristianismo: o coração é o centro de controle do homem. É lá que residem os pensamentos, intenções, crenças, desejos, emoções e atitudes. Em outras palavras, o coração faz referência ao homem interior como um todo. Tudo o que não pertence ao que vira pó faz parte do centro de controle, é o homem interior (Mateus 13.15). “Peraí? E a alma, o espírito, etc?” Bom, o conceito de centro do controle do homem também é chamado de mente, alma e espírito no Novo Testamento (por exemplo, Romanos 12.1, 2). Em essência, são todos sinônimos.

Então, o coração não é apenas onde estão suas emoções. O coração não é somente onde você pensa ou deseja. É tudo isso junto! Ou seja, o coração é quem você é: “Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós” (Provérbios 27.19) Por isso que todo e qualquer processo de mudança genuína e crescimento espiritual tem que acontecer no coração! É por isso que somos constantemente exortados no livro de Provérbios a guardar o coração! É onde estão nossos pensamentos, desejos e emoções. Guarde-o bem, “acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” (Provérbios 4.23)

Daqui para frente, é assim que iremos usar o conceito de coração. Falaremos do homem interior com seus pensamentos, desejos e emoções. E note bem, o próprio conceito do coração já nos ajuda a pensar em diversas implicações para o dia-a-dia. “É possível guardar o que eu sinto? É possível observar o que desejo? É possível mudar o que penso?” Bom, se constantemente somos chamados a guardar o centro de controle e esse envolve o que pensamos, desejamos e sentimos, as respostas são sim, sim e sim. Deus transforma centros de DEScontroles em centros de controle ajustados para a honra e glória do nome dEle, somente dEle. É possível mudar!

“A nível de”

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ser humano em pó


Há muita esperança em entender a brevidade da vida em contraste com a lealdade do amor divino.

Você já parou para pensar que você é pó? E para o pó irá voltar? É verdade, do pó viemos e para o pó voltaremos. No entanto, isso não é para ser notícia ruim. Acredito que é na fragilidade do pó humano que entendemos um pouco mais do tamanho e da lealdade do amor divino. E quando entendemos um pouco mais dessa realidade, encontramos na frente uma confortante esperança.

Dê uma olhada em alguns versículos que parecem ensinar justamente isso, Salmos 103.8-18. Sem dúvida alguma, esse é mais um capítulo da Bíblia que merece mais atenção que esse curto espaço do blog. Mas vamos ver o que tiramos daqui:

“8. O Senhor é compassivo e misericordioso, mui paciente e cheio de amor.” [Esse versículo inicia dentro do próprio Salmo uma pequena série que caracteriza e detalha alguns atributos de Deus: compaixão, misericórdia, paciência e amor. Pense o versículo 8 como uma introdução e o restante dos versículos como o desenvolvimento do tema.]

“ 9. Não acusa sem cessar nem fica ressentido para sempre; 10. Não nos trata conforme os nossos pecados nem nos retribui conforme as nossas iniqüidades.” [Alguém uma vez definiu misericórdia como ‘não receber o que merecíamos’; bom, tá aí! Deus não acusa sem cessar e não trata Seus filhos na base das suas iniqüidades. Deus lida com seus filhos na base do seu misericordioso caráter, que é constante! Bendita base de confiança!]

“11. Pois como os céus se elevam acima da terra, assim é grande o seu amor para com os que o temem;” [é, o amor de Deus é grande!]

“12. E como o Oriente está longe do Ocidente, assim ele afasta para longe de nós as nossas transgressões.” [e Ele é mesmo misericordioso!]

“13. Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem;” [note bem, Deus tem compaixão daqueles que o temem.]

“14. Pois ele sabe do que somos formados; lembra-se de que somos pó. 15. A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, 16. Que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.” [é no pó humano e na fragilidade do homem, que estabelecemos nosso ponto de contraste. Deus se compadece, v. 14, porque sabe de nossa composição, pó!]

“17. Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno, está com os que o temem, e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, 18. Com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.” [pó que teme ao Senhor encontra o amor leal de Deus. Esse amor é a nossa defesa diante da acusação do pecado. É esse amor leal que mantém a distância entre nós e nossas transgressões. O amor leal de Deus se compadece de gente como eu e você, pó que passa essa vida na garupa de um sopro.]

Bendito aqueles que são pó regado com água viva! Cuidado para aqueles que são pó no vento que passa e se dissipa! Essa é uma triste (in)existência. História breve, sem começo, meio, propósito ou fim.

Quem entende o amor leal do Senhor é motivado a temê-lo e viver uma vida diferente. Não é uma vida sem problemas, mas diferente. É uma vida de descanso enquanto cansado. Descanso do peso do pecado, repouso na certeza que o perdão divino é uma realidade. Não há mais culpa! Não há mais noites mal-dormidas com consciência peso-pesado. Há apenas a certeza de que o amor leal de Deus é o refúgio para o ser humano em pó.

Espero de todo coração que você experimente o amor leal de Deus. É esse amor que transforma pó em vasos de barro. De novo, há muita esperança em entender a brevidade da vida em contraste com a lealdade do amor divino.

“A nível de”

domingo, 6 de dezembro de 2009

a-nívelD Semana 4

Essa semana aconteceu no blog:

-Série das Marias. Terminamos a série das “4 Marias e seus princípios”. O objetivo foi trazer os princípios da liberdade cristã “a nível de” dia-a-dia.

-Pergunta do leitor. Na terça-feira, um(a) leitor(a) do blog comentou um dos textos com perguntas sobre motivações. Tentamos responder a pergunta mostrando que Deus conhece as motivações humanas e a Palavra de Deus é o instrumento para mudá-las.

-O que fazer no domingo? Esse foi o tema do post de ontem. O objetivo foi lembrar um dos propósitos pelos quais nos reunimos como igreja: encorajar uns aos outros. Espero que esse domingo tenha sido um tempo de “consideração” mútua na sua vida e de sua igreja.

O que vem pela frente:

-Nome do blog. Estamos realmente em processo de mudança de nome. “a-nívelD” é um daqueles nomes que não comunica muito. Então, decidimos caminhar para a mudança do nome e, conseqüentemente, de endereço eletrônico também. Aguarde para mais notícias e vá pensando em sugestões.

-Séries. As séries parecem que surtiram um bom efeito. Então, vamos seguir com séries em temas diversos e talvez até mesmo séries de livros bíblicos. Vamos ver. Mande suas sugestões de temas e séries...

Uma excelente semana para todos,

“A nível de”

O que você vai fazer domingo?

Amanhã é domingo. Para alguns, é dia de ir à igreja. Mas pare e pense um pouco...

...por que você vai à igreja?

Respostas comuns e clichês, “Para adorar a Deus”, “para estudar a Bíblia”, “para ter comunhão” (mesmo não tendo a mínima idéia do que seja isso)... ou lá no fundo, “para conversar com Fulano”, “para ver Siclana” ou ainda “porque eu TENHO que ir” (papai mandô e mamãe concordô).

Enquanto você pensa porque vai à igreja, leia essa passagem e um dos propósitos pelos quais nos reunimos como igreja:

“23. Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. 24. E consideremos uns aos outros para nos incentivamos ao amor e às boas obras. 25. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.” (Hebreus 10.23-25)

O versículo 23 nos chama ao apego à esperança que temos: livre acesso a Deus com corações purificados por água pura (veja o contexto nos versículos anteriores, 19-22). Essa esperança não é uma referência a uma possibilidade do que pode ou não acontecer, mas uma certeza de algo real com efeitos presentes. Ela é real porque quem prometeu é fiel, Deus. Nossa certeza está baseada no perfeito caráter de Deus, e não na subjetividade de nossos sentimentos ou ensinos humanos. Deus é fiel, Ele prometeu, então é fato certo!

E é no contexto dessa real esperança que consideramos uns aos outros. Somos um grupo com livre acesso à presença de Deus que deve “pensar, notar e se importar” com o próximo em amor. Nosso convívio diante da presença de Deus deve ser marcado por uma busca ativa em entender o estado de nosso irmão na sua caminhada com Deus. Uma das razões que nos reunimos como igreja é de nos encorajar. Isso é muito mais que bater nas costas de alguém e dizer “Deus abençoe essa semana... força lá!

E por que precisamos de encorajamento? Bom, porque muitas vezes, trocamos a real esperança que temos em Deus pela esperança vazia do mundo. Vivemos uma vida carregada pela maré das circunstâncias sem o coração voltado ao que é real. O resultado é uma vida improdutiva. E pior, as vezes nem nos damos conta disso. A situação fica crítica.

Então, que tal adotar a postura de “provocar” seus irmãos à prática do serviço cristão e a uma vida de santidade? “Mas daí eu vou ser o cara chato do grupo!” Seguinte, veja o que o autor de Hebreus colocou no final da passagem... “ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.” Jesus vai voltar e essa é razão suficiente para nos encorajarmos!

Ainda não convencido? Vamos seguir lendo a passagem...

“26. Se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados, 27. mas tão somente uma terrível expectativa de juízo e de fogo intenso que conumirá os inimigos de Deus.” (Hebreus 10.26, 27)

O assunto é sério e urgente! Pode ser que alguém sentado ao seu lado durante o culto necessite de um “puxão de orelha” em amor para viver uma vida de santidade. Pare de falar de futebol e considere o camarada em amor! O caminho que ele está seguindo pode ser de destruição.

Longe de mim colocar pavor em cristão genuíno. Mas longe de mim deixar de alertar quem está dentro de uma casa pegando fogo! Nesse domingo, encoraje alguém a andar perto do Senhor e esteja atento aos alertas de irmãos que já entenderam um dos propósitos de nossa reunião!

Um bom domingo a todos...

“A nível de”

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Uma palavra sobre motivações

Na última terça-feira, 1 de dezembro, chegou um comentário no blog com perguntas feitas por um de nossos leitores. Confira:

“[...] tenho acompanhado os casos de Maria. Que são muito interessantes e desafiadores. Fiquei a pensar em nossas motivações, o que sai de nosso coração. Sei que esse é enganoso [...] Como posso esclarecer minhas motivações? Que perguntas posso fazer para me ajudar a avaliar minhas motivações e desejos? Como de forma sábia e sadia posso conhecer melhor meu coração... me ajudando a tomar decisões com um coração honesto que quer agradar ao Senhor?? Sacha, como posso me ajudar e ajudar Maria a garimpar corações enganosos, mas sinceros e dispostos a crescer em santidade? Gostaría de ouvir sua resposta...Obrigado

A preocupação é válida. E de fato, a Bíblia nos ensina que “o coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem é capaz de conhecê-lO?” (Jeremias 17.9)

O versículo acima faz uma pergunta retórica para a qual nós sabemos a resposta: ninguém pode conhecer o coração humano. Ninguém é capaz de discernir motivações. No entanto, esse não é o único versículo que nos ensina sobre o assunto.

Veja o seguinte: “Eu sou o Senhor que sonda o coração e examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a sua conduta, de acordo com as suas obras.” (Jeremias 17.10) E outros textos também: “23. Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. 24. Vê se em minha conduta algo te ofende, e dirigi-me pelo caminho eterno.” (Salmo 139.23, 24)

Então, quem é capaz de sondar o coração? Deus. E como Ele faz isso? Através de Sua Palavra: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.” (Hebreus 4.12)

De uma forma simples, Deus sonda nossos corações através de Sua Palavra, a Bíblia. Um dos ministérios do Espírito Santo é aplicar a Palavra de Deus aos nossos corações. Um processo em que Ele usa de forma soberana e sobrenatural a Bíblia pregada, ensinada ou usada no aconselhamento entre cristãos.

Agora, tudo isso não tira nossa responsabilidade de entender nossos problemas, nem tampouco a Bíblia. Somos responsáveis em reavaliar nossa vida e estudar a Bíblia ao mesmo tempo que Deus sonda nossos corações e nos ilumina para aplicar a Palavra. É justamente a dependência da instrumentalidade da Palavra e do poder de Deus em sondar nossos corações que nos motiva ao próprio estudo da Bíblia.

Sendo assim, já que foi pedido algumas perguntas relacionadas às motivações, pense nos exemplos abaixo.* Cada uma das perguntas pode nos ajudar a expor nossas motivações. Note bem, estamos falando que as perguntas nos ajudam a identificar as motivações, mas elas não são capazes de avaliá-las ou lançar qualquer juízo de valor sobre as motivações. As respostas precisam ser examinadas pela Palavra, que é capaz de transformar o coração por completo!

Quais foram as vezes em que a vida não valia a pena ser vivida?

O que você ama? O que você odeia? O que você espera, quer ou anseia?

Qual o seu objetivo? Quais são seus sonhos?

O que você teme? Com o que você se preocupa?

O que você sente que precisa? Onde você encontra refúgio, conforto, prazer ou segurança?

O que define sucesso ou fracasso para você?

Em que momento você acredita que Deus tenha te deixado?

Quando você luta com amargura ou inveja? O que você está dizendo que quer?

O que dinheiro significa para você?

Quando você fica deprimido (porque um de seus ídolos te decepcionou)?

O que você vê como seus direitos?

Quando você fica irado?

Você vive para sua própria glória ou para a glória de Deus?

Seu tesouro está no mundo ou em Cristo?

Agora pense, o que a Bíblia fala sobre as respostas dessas perguntas? Avalie, pense e mude. A Bíblia transforma nossas motivações.

"A nível de"

Notas de Rodapé:

*As perguntas foram extraídas de um dos artigos da Coletânea de Aconselhamento Bíblico da Palavra da Vida (http://www.sbpv.org.br/)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Respostas para a Maria 4 ("as 4 Marias e seus princípios")

No caso de Maria 4, a aplicação do princípio #4 da liberdade cristã é direta e sem muitas complicações: Maria não deve tomar nenhuma decisão que irá ofender a consciência de sua mãe. No entanto, pensar como o princípio reinterpreta sua situação é de grande valor para nós. Esse será nosso objetivo na meditação de hoje. Durante a leitura do texto abaixo, pense na seguinte pergunta, “por que não devemos violar a consciência do próximo?”

Maria lutou para entender a liberdade de sua consciência. Parte do seu amadurecimento foi entender como a mensagem do Evangelho impacta suas motivações. Esse foi um passo determinante para educar sua consciência. Como conseqüência, sua fé se fortaleceu e agora Maria está pronta para exercer sua liberdade, ciente de que “para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.” (1 Coríntios 8.6)

No entanto, sua mãe ainda não andou pelo mesmo caminho. Ou, ela chegou a uma conclusão diferente que Maria. A diferença entre as duas conclusões levou a um impasse entre mãe filha. Agora, Maria precisa aprender os limites de sua liberdade.

Liberdade não é um passe livre para se fazer o que quiser quando se bem entende. Esse tipo de atitude reflete uma imaturidade que desconhece os limites do amor bíblico. Tanto Romanos 14 quanto 1 Coríntios 8 chamam os cristãos à responsabilidade de levar em consideração a consciência do próximo.

Contudo, tenham cuidado para que o exercício da liberdade de vocês não se torne uma pedra de tropeço para os fracos.” (1 Coríntios 8.9)

Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu.” (Romanos 14.15)

A liberdade cristã é uma bênção a serviço do amor. Em outras palavras, não existe liberdade desassociada da responsabilidade de amar ao próximo. A Palavra de Deus é clara com relação a isso, Maria não deve ingressar no programa de revendas da firma se isso irá violar a consciência de sua mãe. Agora, Maria precisa aprender os limites de sua liberdade no amor ao próximo.

“1. Nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. 2. Cada um de nós deve agradar a seu próximo para o bem dele, a fim de edificá-lo.” (Romanos 15.1, 2)

Agora pense, e você? Você serve a seus irmãos no exercício de sua liberdade? Existe algo que você está envolvido e insiste em praticar que pode prejudicar a edificação de alguém? Se sim, isso deve parar! Você é livre, mas antes de tudo é livre para amar. Sua responsabilidade primordial é com Deus e com o corpo de Cristo, seus irmãos. Em nome da edificação de todos, deve parar de fazer o que viola a consciência alheia. E para fazer isso, é necessário maturidade. Cresça.

Por outro lado, você é alguém que usa o princípio #4 como ferramenta de manipulação para “podar” a liberdade do irmão? Até quando você vai viver como fraco que insiste em viver como criança? Existe algo que você insiste em declarar que “te escandaliza” para manipular o próximo a satisfazer suas preferências? Isso é imaturidade. Cresça.

Eu reconheço que existem questões difíceis e controvertidas nesse assunto, mas acredito que quando a igreja está comprometida a crescer no exercício de sua liberdade como a Bíblia orienta, pessoas maduras irão sacrificar sua liberdade para amar os imaturos. Então, os imaturos irão crescer e permitir que seus irmãos exerçam a liberdade que têm em Cristo. E assim conflitos são minimizados por gente que entende que nossa unidade é o maior testemunho da existência de Deus. O mundo precisa ver que nos amamos! Entendeu? Vamos parar de focar no irrelevante e amar... foi Jesus quem disse:

“34. Um novo mandamento lhes dou: Amam-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. 35. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros.” (João 13.34, 35)

“A nível de”

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"as 4 Marias e seus princípios" (as perguntas da Maria 4)

Maria 4 é Maria 3. Na verdade, Maria 4 é Maria 3 alguns meses mais velha. Bom, para evitar confusão, vamos chamá-la apenas de Maria. E se você ainda não entendeu nada dessa história de Maria 3, Maria 4, etc, deixe-me explicar. Estamos no meio de uma mini-série chamada “as 4 Marias e seus princípios.” Cada uma das 4 histórias da mini-série faz referência a uma personagem chamada Maria (1, 2, 3 e 4) e suas lutas para aplicar os princípios da liberdade cristã. E hoje, eu gostaria de criar uma situação baseada na história da Maria 3. Portanto, se você não lembra direito da história (ou nunca leu), releia antes de seguir, isso pode ajudar bastante no entendimento de como iremos aplicar o princípio #4 do exercício da liberdade cristã.

[continuando...]

Maria cresceu bastante durante os últimos meses. A dúvida sobre ingressar ou não no programa de revendas da empresa exercitou sua fé e compreensão bíblica sobre o exercício da liberdade cristã. Num primeiro momento, Maria teve muitas dúvidas se deveria ou não tomar esse passo. Então, baseada no “princípio da espera”, ela tomou a decisão de esperar por algum tempo para pensar melhor sobre o assunto, deixar Deus sondar suas motivações e lidar com sua consciência. Sua amiga seguiu em frente e tem ido bem na revenda dos produtos. Por um tempo, Maria confessa que passou por um período em que julgava (e condenava) muito sua amiga. Mas, com a ajuda de companheiras fiéis que a desafiaram a pensar biblicamente (Romanos 14 e 1 Coríntios 8), Maria passou a apreciar melhor a liberdade que tem em Cristo. Ela também entendeu melhor como a perspectiva da cruz muda suas avaliações e motivações. Aos poucos, passou a demonstrar genuíno amor e respeito pela decisão de sua amiga. Então, sua fé se solidificou de tal forma que Maria poderia dizer honestamente que não teria problema algum em ingressar no programa de revendas. Sua consciência ficaria tranqüila.

Bom, não demorou muito para que a mesma empresa reabrisse vagas para o programa de revendas. Maria ficou entusiasmada! Entrou no site da empresa, solicitou formulários e começou a juntar as informações necessárias para tornar-se revendedora. Já na semana seguinte, catálogos e materiais de propaganda chegaram pelo correio. Com grande entusiasmo, Maria começou a ler e estudar o material na mesa da cozinha.

Então, sua mãe entra na cozinha, abre a geladeira e mal repara que Maria está com os olhos fixos num catálogo. “Oi Maria, como foi na faculdade hoje?” Com uma caixa de ovos na mão, a mãe iniste, “Alô... tem alguém aí? Como foi na faculdade?” E finalmente olhando para tudo o que há em cima da mesa, a mãe de Maria pergunta, “O que é isso?” Maria explica o material com os olhos brilhando. E o semblante de sua mãe cai... “Maria, essa não é a empresa que destina parte de suas receitas para magia negra? Simplesmente não acredito que você ainda está insistindo nisso! Eu pensei que isso já era assunto encerrado aqui nessa casa!”

Maria tenta explicar, mas sua mãe insiste que sua vida agora é diferente e não deveria tomar parte nisso. A conversa não terminou bem e durante o restante do dia, o clima ficou pesado entre as duas. Maria simplesmente não acreditava, “Como que depois de tanto estudo e oração eu poderia deixar essa oportunidade escapar?

Com base no princípio #4, como você ajudaria Maria 4 (que também é Maria 3, J)?

Mande suas sugestões nos comentários desse post e amanhã, se Deus quiser, postamos nossos comentários para Maria.

“A nível de”

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Respostas para Maria 3 ("as 4 Marias e seus princípios")

Maria 3 apresenta um tipo de dúvida que todos nós já tivemos em algum momento (ou iremos ter). Mas antes de tentarmos ajudá-la, deixe-me compartilhar algo que pode trazer uma luz em decisões como essas. Dentro do Reino de Deus, a motivação é um conceito chave para nos guiar em decisões assim. O conceito da motivação nos ajuda a clarear as idéias em processos decisórios difíceis. Não estou dizendo que “o que vale é a intenção”, mas não existe ação correta quando a motivação é errada. Lembra do exemplo dos dois homens que oravam no templo? Um voltou justificado para casa e o outro não. Os dois oravam, mas apenas um encontrou a salvação. Lucas 18.9-14 conta essa história mostrando como a motivação foi determinante para distinguir as duas ações.

Bom, o caso de Maria 3 também deve levar em consideração as motivações. Obviamente, a história é fictícia, mas procurei colocar elementos que fossem parecidos não só com situações comuns de hoje, como também com a ocasião dos romanos (e coríntios) no primeiro século. Por exemplo, a dúvida da época era: “Podemos comer carne (sacrificada aos ídolos)?” Já mencionei algo sobre o contexto dessa passagem em algum lugar nesse blog, mas vale a pena ler de novo.

Os cristãos romanos tinham dúvida se poderiam ou não comer carnes sacrificadas aos ídolos pagãos da época. Provavelmente, estamos falando de uma microeconomia baseada nos sacrifícios aos ídolos. Não precisamos especular muito para sugerir que comprar carne nesse mercado gerava receitas para manter o sistema de sacrifícios pagãos funcionando. Então pense, os cristãos podiam comprar e comer carne sacrificada aos ídolos? Alguns diziam que não. Insistiam que isso seria um “sacrilégio” e talvez até mesmo uma forma de tomar parte em cultos idólatras! Outros, não viam problema algum em assar e comer uma picanha desse tipo. Seja como for, Paulo enfatiza que isso não deveria ser motivo de desunião entre os irmãos. E mais, Paulo ainda disse que “aquele que come de tudo não deve desprezar o que não come, e aquele que não come de tudo não deve condenar aquele que come, pois Deus o aceitou. Quem é você para julgar o servo alheio?” (Romanos 14.3, 4a) Mais adiante, Paulo declara que não há alimento impuro para aqueles que estão no Senhor! “Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro.” (Romanos 14.14) Paulo é bem claro. O problema não é a comida, mas uma consciência fundamentada em fé:

“22. Assim, seja qual for o modo de crer a respeito dessas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova. 23. Mas aquele que tem dúvida é condenado se comer, porque não come com fé; e tudo o que não provém de fé é pecado.” (Romanos 14.22-23)

Em resumo, os romanos não deveriam se justificar na decisão de comer ou não. O que estava em questão era se a motivação da ação estava baseada em fé! Portanto, comer carne com dúvidas era pecado, assim como não comer carne e julgar o irmão!

Com isso em mente, quero propor um exercício interessante. Espero que isso nos ajude a entender que nossa personagem está em situação bem semelhante aos romanos (e coríntios). Releia o texto acima (e também Romanos 14 e 1 Coríntios 8) fazendo as seguintes substituições: carne/alimento = cosméticos; comer = comprar. Lembre-se, “para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos.” (1 Coríntios 8.6)

Leu? Agora, vamos supor que o conteúdo do e-mail é verdadeiro. Existe problema em comprar os cosméticos? Não. Problema resolvido? Não!!! O princípio #3 se aplica à consciência de Maria 3; “não ofenda a sua própria consciência.” Se Maria 3 tem dúvidas, comprar os cosméticos é pecado! Por outro lado, se Maria 3 entende que não deve comprar ou tomar parte com essa empresa, ela não deve julgar sua amiga se sua decisão for diferente (e aqui, aguarde a história da Maria 4; e enquanto a história não chega, lembre-se que estamos falando da Maria 3).

Maria 3 deve investigar melhor essa situação. Procurar aplicar esses princípios bíblicos. Bater um papo com seu pastor. E tomar todas as atitudes que precisa para solucionar o problema na sua consciência. Se ainda tiver dúvidas, ela já sabe a resposta: NÃO! O que não vem de fé é pecado! Mas e se ela perceber que não tem problema depois e perder uma grande oportunidade de trabalho? Nada pode ser melhor que agradar a Deus em ações e motivações! Nosso propósito de vida é agradar a Deus!

Agora pense. E você? Está fazendo algo que sua consciência condena? Ou, você está julgando alguém por tomar uma decisão diferente da sua? Talvez a sua dúvida não seja a compra de cosméticos, mas preferências de música, tomar a famosa cervejinha dos amigos, regras e padrões de namoro, e a lista continua, limitada apenas pela criatividade humana. Mas todas elas devem ser guiadas pelos princípios de nossa liberdade... #1) Obedeça aos mandamentos absolutos de Deus (por exemplo, “Não se embriague”); #2) há liberdade em praticar o que a Bíblia não proíbe; #3) NÃO OFENDA A SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA... Na cruz de Cristo encontramos liberdade pela fé e limites pelo amor. Só quem é livre em Cristo pode REALMENTE fazer ou deixar de fazer, ambos baseados no amor. Pense nisso.

Amanhã, se Deus quiser, iremos conhecer a história da Maria 4 e suas lutas em não ofender a consciência do próximo.

"A nível de"