[série baseada em Provérbios 1-9]
Dentro do estudo de Provérbios 5.1-14, as palavras de sabedoria nos exortou contra as palavras enganosas do pecado sexual e de suas conseqüências. Nesse trecho, somos alertados contra o “fogo” do pecado, especialmente contra o pecado de natureza sexual. Mas, o que fazemos com esse fogo? O que a Palavra de Deus diz sobre o fogo do(a) jovem solteiro(a)? Será que esse desejo é neutro? Ou ainda, será que o desejo sexual do(a) solteiro(a) é uma maldição? Talvez seu coração esteja gritando... “Ah... mas como eu apago o fogo?” Bom, vamos continuar estudando Provérbios. Espero que você encontre algumas respostas para essas perguntas. Seja você solteiro ou casado, a Palavra de Deus tem muita esperança para apagar o fogo do desejo sexual fora do contexto do casamento, parte dessa esperança encontramos no livro de Provérbios.
“v. 15 Beba das águas da sua cisterna, das águas que brotam do seu próprio poço.” [Que história é essa de água? Cisterna? Poço? Bom, Salomão não está falando em tomar uma ducha fria para apagar o fogo do pecado. O próprio contexto irá indicar que as águas da cisterna e do seu próprio poço fazem referência à mulher – ou cônjuge. Ao invés de buscar satisfação sexual fora do casamento, a Palavra de Deus incentiva o sexo dentro do contexto do casamento. Se você é casado(a), a Bíblia é clara que você deve buscar a satisfação sexual dentro do casamento. Agora, note bem, o cônjuge é uma fonte de prazer, não para ser usado como objeto de prazer. Existe uma diferença brutal entre os dois. A sabedoria nos chama a buscar maneiras de manter a cisterna e o poço puros. Aqueles que constroem casamentos sólidos também estão se prevenindo contra as tentações sexuais. Provérbios 5.15 aponta que a fonte de real prazer está na privacidade do casamento, e não na praça pública da mulher adúltera. Se você ainda tem dúvidas, leia Cantares de Salomão.]
“v. 16 Por que deixar que as suas fontes transbordem pelas ruas, e os teus ribeiros pelas praças? v. 17 Que elas sejam exclusivamente suas, nunca repartidas com estranhos.” [O versículo 16 introduz duas novas metáforas, “fontes” e “ribeiros”. Provavelmente, elas fazem referência ao próprio desejo sexual. Então, “Por que você vai deixar que seu desejo seja exercido fora do casamento?” A resposta é dada no versículo 17, “que seu desejo sexual seja apenas para seu cônjuge, nunca para estranhos.” Se você é casado(a), o seu desejo sexual é para a sua esposa (o seu marido). Se você é solteiro(a), seu desejo é para sua futura esposa (seu futuro marido). Não derrame a pureza de seu desejo em praça pública. A satisfação do desejo não é sua, mas pertence ao seu cônjuge. Por incrível que pareça, esses não são conceitos estranhos ao livro de Provérbios, confira Provérbios 2.16-19; 6.24-35; 7.5-27; 9.13-18; 22.14; 23.26-28; 27.13; 30.18-20 e 31.2-3. São passagens que exortam sobre a imoralidade sexual, ou que trazem instruções com relação às conseqüências do pecado sexual, ou ainda que incentivam a atitude correta sobre o sexo. E ainda, o Novo Testamento também apresenta conceitos bem semelhantes sobre o lugar do sexo dentro do matrimônio: 1 Coríntios 7.3-5; 1 Tessalonicenses 4.3-8; e Hebreus 13.4.]
“v. 18 Seja bendita a sua fonte! Alegre-se com a esposa da sua juventude. v. 19 Gazela amorosa, corça graciosa; que os seios de sua esposa sempre o fartem de prazer, e sempre o embriaguem os carinhos dela.” [Bendita seja a sua fonte! Em português claro, “show de bola”! O desejo sexual é uma bênção quando canalizado no tempo e contexto corretos. Infelizmente, pouca gente pensa dessa forma. Até o momento do casamento, o desejo sexual é visto como o grande vilão da pureza individual e da igreja. Depois do casamento, o desejo sexual é visto como tabu ou mito. Dizem que existe, mas ninguém fala a respeito. O resultado é que a filosofia do mundo acaba educando a igreja com relação a um assunto tão importante. Não precisa ser assim e não deve ser assim. Deixa eu dar um exemplo que pode nos ajudar a pensar sobre o desejo sexual de uma maneira diferente. Pense no seu apetite por comida... e na habilidade de sentir o gosto dos diversos alimentos. Hmmm... picanha, pizza, lasanha... e ______________ (você escolhe o que te dá água na boca). E você lembra da última vez que pegou uma gripe tão forte que não sentia o gosto dos alimentos? Tudo tinha gosto de nada e a únida diferença entre os alimentos era a consistência. Horrível! Bom, é no momento da gripe que entendemos a bênção do paladar. Ele estimula algo que é vital para nós: a alimentação. Na Sua infinita graça e sabedoria, Deus transformou algo vital em algo que nos dá prazer também. Porém, o pecado deturpa tudo isso. A gula é uma das conseqüências da deturpação do paladar, onde o único propósito da comida é o prazer desenfreado. Mais... mais... mais... não há limite. Bom, o desejo sexual é mais uma bênção divina que pode ser deturpada assim como o paladar. Ao invés de espelhar mais um aspecto da criatividade divina, de despertar o desejo pelo relacionamento puro com o sexo oposto, de servir ao cônjuge, de temperar com prazer o relacionamento matrimonial, etc... o desejo sexual é deturpado pelo pecado para ser uma busca egoísta pelo prazer que não enxerga o sexo oposto como imagem de Deus, mas apenas como um objeto para satisfação dita “hormonal”. Triste.]
Portanto, se você é casado(a), o sexo é parte de uma dinâmica criada por Deus que deve ser exercido dentro do casamento. Se você é solteiro(a), agradeça a Deus pelo desejo que Ele colocou no seu coração, ele não é uma maldição. Obviamente, o desejo sexual não pode ser exercido de forma pura quando você é solteiro(a). Porém, fogo se combate com fogo. Somos constantemente exortados na Palavra de Deus a cultivar um “fogo” por Cristo. Eu nunca ouvi que alguém que estava pegando fogo em amor a Deus tenha caído em pecado sexual. Portanto, tome cuidado com o fogo do desejo sexual, não coloque lenha nessa fogueira. Por outro lado, incendeie sua chama por Cristo! Nossa real satisfação está nEle. Não acredite na mentira que o sexo irá apagar um fogo que nunca foi satisfeito em Cristo! Pense nisso... Salmo 63 nos ensina que nossa alma é saciada em Deus. Não no sexo. Espero que esses conceitos comecem a criar em você um desejo mais ardente pelo Criador de todas as coisas e ajude-o(a) a parar de enxergar que o desejo sexual é uma explosão hormonal que precisa de alívio imediato. Somos imagem e semelhança de Deus!
“A nível de”
Obs.: Para uma leitura sobre masturbação (e seus impactos em decisões ministeriais), indico o texto postado no blog de um amigo e companheiro Pr. Tiago Abdalla. Confira aqui.