Um amigo meu, Isaque Sicsú, escreveu um poema baseado nas histórias da Criação do Homem, sua queda e atual estado de pecado. Vale a pena ler pela criatividade artística e verdade escriturística.
Adão Criado, Homem Caído
(Gen. 1.1-3.24; Rom. 1.18-3.20)
Não conheces, tua origem?
Já ouviste de Adão?
Ou será que te perdeu,
E negaste a criação?
Pois, vem e te aproxima.
Quero contar-te, de antemão.
Tu és a obra prima.
És o ápice da criação.
Em ti está encravada,
A imagem do Senhor.
Em ti estão as marcas,
Do soberano criador.
Foste criado ao sexto dia,
Pelas mãos do que não dorme.
Eras pó, sim, tu eras barro.
Eras massa, eras disforme.
Dentro em ti, ó barro inerte,
Foi soprada vida ardente.
Desde então tu és pessoa,
Te tornaste ser vivente.
Tu carregas alma eterna.
Como a mão que o modelou
Dualidade integrada,
Corpo e espírito, Ele juntou.
Foste posto em alto ofício:
Dominar a criação,
Refletir o Pai eterno,
Governar em retidão.
Plenas bênçãos, tu gozavas.
Teu sobrenome, perfeição.
Em teu estado original,
Abundância e comunhão.
(***)
Expulso foste, homem caído,
Do teu reino, do jardim.
Deste ouvidos à serpente,
Separação foi o teu fim.
Tu quiseste autonomia,
Igual a Deus, quiseras ser
Conhecer o bem e o mal
Proibido fruto quis comer.
Tua natureza agora é outra
Escura, fria e mordaz.
O teu filho é assassino.
Teu descendente é sagaz.
Poucas marcas agora sobram
Do sublime criador
Não refletes como antes
A bela imagem do Senhor.
Tua culpa foi imputada
Aos descendentes, escuridão.
Tua natureza, contaminada
Pelo rastro de perdição.
A morte agora é companhia,
Salário é do teu pecado
Tu que antes era livre,
Pelo pecado está algemado.
A natureza geme e clama,
Pela divina redenção.
Pelo fim do sofrimento,
Pela sua restauração.
Outro nome recebestes,
Tu te chamas podridão.
O que antes era vida,
Agora, putrefação.
Não há mais sequer um justo
Não há mais quem dê ouvido
O pecado é nossa herança,
De Adão criado, homem caído.
Por Isaque Sicsú